"A Inteligência Artificial (IA) é inevitável e vai reconfigurar o mundo", reitera Miguel Albuquerque, o qual defende uma regulamentação estadual e interestadual do setor para que a IA não seja um monopólio de elites, estando disponível para toda a população.
O presidente do Governo Regional, que falava esta manhã aos jornalistas no Pestana Casino Park, âmbito do ‘Azure OpenIA Summit Madeira’, evento realizado pela Microsoft em parceria com a IAMCP - International Association of Microsoft Channel Partners, destacou os pontos positivos da IA, nomeadamente no que concerne às alterações climáticas e à medicina, mas também os negativos.
"A IA é uma solução que não podemos nos dar ao luxo de desprezar, mas tem também riscos, que é o facto de conferir ao setor produtivo eficácia, a qual fará com que um conjunto de empregos que estão ligados a funcionalidades das sociedades sejam eliminados e substituídos por outros", começou por dizer, acrescentando que outro dos riscos é a concentração monopolista que pode levar a disfuncionalidades.
Nesse sentido, Albuquerque refere que, neste momento, "o que já está a acontecer é uma cooperação entre as entidades ligadas à investigação, às empresas e às autoridades dos respetivos Estados no sentido de ser estabelecida a regulamentação", apontou, entendendo ser essencial haver uma articulação entre o poder político, os centros de investigação e as empresas no sentido de que esta tecnologia seja regulamentada, sendo benéfica para todos.
O chefe do executivo destacou ainda alguns dos investimentos efetuados pelo executivo regional nesta área, dando como exemplo do Centro de Inteligência Artificial da Madeira, em Santa Cruz, que já tem "perto de 80 pessoas a trabalhar", sendo que o objetivo é "chegar aos 300" funcionários.
Questionado sobre a aplicação das verbas do PRR na área das tecnológicas, Miguel Albuquerque lembrou a "forte aposta" do Governo Regional na digitalização da tecnologia, a qual passa pelo apoio às empresas tecnológicas. "Em 2021, tínhamos 419 empresas tecnológicas na Madeira, cerca de 2 mil profissionais e o voluma de fracturação era de 521 milhões de euros", notou.
Há 14 anos ligado à área dos dados e da inteligência artificial, Manuel Dias, diretor nacional de tecnologia da Microsoft, destacou ao JM a importância de realizar o ‘Azure OpenAI Summit Madeira’ na Região, mormente no que respeita às suas vantagens na área no Turismo.
"Esta é a terceira ação que fazemos num todo nacional sobre a Inteligência artificial. Fizemos em Lisboa e depois no Porto e achamos que fazia todo o sentido fazê-lo na Madeira por várias razões, principalmente porque o Turismo é uma área fundamental onde esta tecnologia também pode ser usadacom muitos benéficos para os turistas e para a Região", referiu.
Manuel Dias realçou também o facto de a Microsoft estar a trabalhar com várias entidades privadas e públicas da Região, tendo lançado desafios para que as mesmas percebam de que forma podem usar este tipo de tecnologia, por exemplo, para os turistas que visitam a ilha ou para quem está cá e quer aceder a serviços públicos. "Há aqui várias possibilidades que esperamos que no futuro possam se concretizar", mencionou.
Bruna Nóbrega