Na sessão plenária desta quinta-feira, na Assembleia Legislativa da Madeira, a deputada Marta Freitas, do Partido Socialista (PS), confrontou a social-democrata Joana Silva (PSD), com o que considerou serem contradições entre o discurso sobre prevenção e planeamento em saúde e a realidade do Serviço Regional de Saúde.
“Para algumas consultas de especialidade, os tempos de espera são elevados. Pergunto se isto se coaduna com a tal prevenção e planeamento que hoje refere”, questionou Marta Freitas, apontando também que “as pessoas na Madeira morrem, em média, dois anos mais cedo”, quando comparadas com o resto do país.
A deputada socialista referiu ainda que “a proporção de altas problemáticas tem valores acima dos números nacionais”, pedindo explicações para “estes números elevados nos hospitais” e questionando se não se trata precisamente de “falta de respostas de prevenção e planeamento”.
Marta Freitas lamentou igualmente que “crianças e jovens com deficiência fiquem largos meses à espera de terapias no hospital”, sendo “muitas vezes encaminhadas para privados”. “Pergunto se isto também responde ao planeamento e prevenção indicados”, insistiu.
Referindo-se ainda aos indicadores oncológicos, a deputada perguntou “por que motivo as taxas de cancro na Região são mais elevadas relativamente ao país”, sublinhando que essa diferença “coloca sérias dúvidas sobre a eficácia das medidas de prevenção”.
Na parte final da sua intervenção, Marta Freitas questionou também o Governo Regional sobre os “compromissos assumidos com os profissionais de saúde”, lembrando que “ainda aguardam a regularização das carreiras”, em particular os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica.
As declarações da deputada socialista surgiram na sequência de uma intervenção de Joana Silva (PSD), dedicada à importância da prevenção e do planeamento em saúde, no âmbito da declaração política do dia.