Élvio Sousa, secretário-geral do JPP, em conferência de imprensa, retomou hoje a questão do Teleférico do Curral das Freiras. Na ocasião, acusou o PSD/CDS de ter “mentido à população” ao garantir que “o investimento seria realizado apenas e somente com capital privado”.
“Não só o Governo pagou o estudo de viabilidade económica e escondeu-o deliberadamente dos madeirenses como, também, expropriou mais de 20 mil metros de área para o investimento, terreno pago igualmente com recurso ao orçamento da Região”, contextualizou o deputado.
Além do mais, acrescentou que, “com o alto patrocínio da Quinta Vigia, foi assinado um contrato de concessão, com uma empresa criada pouco tempo antes, em que o concessionário pagaria apenas 2 mil euros mensais, ou seja, 24 mil euros/ano”. “Seguindo os valores referidos no próprio estudo, o concessionário deveria pagar 37 mil euros/mês, totalizando 444 mil euros/ano, e não a pechincha de 2 mil euros ao mês, isto é, 24 mil euros/ano. Cheira a esturro, a favorecimento e a alegada corrupção”, criticou o dirigente o maior partido da oposição.
“Um negócio à PSD, ruinoso para os madeirenses e porto-santenses, com prejuízo de 24 milhões para os cofres da Região. Um roubo nas barbas do Ministério Público e do Tribunal de Contas”, resumiu Élvio Sousa, deixando claro que o JPP “não é contra o investimento que promove o desenvolvimento económico, social e cultural da freguesia do Curral das Freiras”, porém, “está atento e vigilante a qualquer tipo de negociata que vise satisfazer a ganância do lucro fácil com protagonistas privilegiados e com fortes prejuízos para os cofres da Região”.
“Temos a obrigação e a responsabilidade de velar pelo interesse público, e o dever de entregar às autoridades todas as provas, perante a passividade e a inércia de outros partidos e instituições. Foi o que fizemos em junho passado, com queixa assinada por todos os deputados. Os 24 milhões de euros que a Quinta Vigia entrega de mão beijada, dariam, neste momento, para investir, a todo o vapor, na habitação para a classe média, casais jovens e todos aqueles que precisam de casa”, rematou.