O padre Abraão Marcos criticou hoje a "ideia (idiotice)" do colega José Luís Rodrigues por este discordar da chamada "confissão auricular", e diz que se este não quiser respeitar a Igreja deverá repensar o seu ministério e lugar.
Numa crónica intitulada "o perdão de plástico" publicada no Facebook, o pároco de São Roque e de S. José considera que a confissão aos padres "está moribunda, caminha para o fim" e que só se mantém por "teimosia do clericalismo".
"É grave a teimosia de não reconhecer várias formas de encontro e de reconciliação, onde cada um no uso das suas faculdades procure pelos seus próprios pés a possibilidade de reconciliação que melhor lhe dá resposta. Eu incentivo isso e fico feliz que cada um se reconcilie como muito bem intender sem intermediários. Mas nada contra se alguém prefere essa via. Deve fazê-lo. Estou também plenamente disponível para este serviço", defende José Luís Rodrigues.
Na caixa de comentários, Abraão Marcos discorda frontalmente do autor da crónica.
"Essa é uma ideia (idiotice) tua e uma expressão de sentido depreciativo e por isso infeliz e ridícula, usada por ti para classificar, melhor dizendo ou escrevendo, desclassificar desqualificando a confissão auricular com absolvição individual", começa por escrever num longo comentário.
Abraão Marcos entende que "como católico e padre", José Luís Rodrigues não tem o direito de "desprezar e descartar" a confissão auricular e que se não quer respeitar a Igreja deve repensar o seu ministério e o seu lugar.
"Os sacramentos fazem parte do essencial da Fé Católica; qualquer alteração da disciplina dos sacramentos compete à legítima autoridade eclesiástica em nome da Igreja. Tu não és a Igreja nem estás acima da Igreja; tu apenas fazes parte dela como eu", afirma.
Abraão afirma que recusa "liminarmente" a ideia de uma "Igreja na qual cada um possa defender, dizer e fazer o que bem entender sem atender devidamente à verdade da Fé e à unidade da Igreja".
"Na Igreja Católica tem de haver lugar para todos mas não pode haver lugar para tudo. "Devora-me o zelo pela Tua casa" (JesusCristo); não é ódio mas zelo. E fico-me por aqui. Tenho dito", conclui assim os argumentos.
A crónica de José Luís Rodrigues é apoiada e tem sido partilhada por seguidores do pároco, que subscrevem a ideia defendida e acrescentam-lhe argumentos a favor.
Iolanda Chaves