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José Manuel Rodrigues entende que a imigração tem de ser olhada com regras e com humanismo

Data de publicação
27 Outubro 2025
18:09

O primeiro dia dos fóruns do Encontro Internacional pela Paz abriu, hoje, em Roma, com vozes de todas as religiões e culturas a afirmarem que a paz é possível, se houver a coragem do diálogo e da esperança.

As guerras e os conflitos obrigaram, só no ano passado, a que cerca de 120 milhões de pessoas tivesse de deixar as suas casas, procurando refúgio dentro do próprio país (73,5 milhões) ou cruzando as fronteiras internacionais à procura de abrigo (42,7 milhões).

O secretário regional de Economia considera que a temática exige uma resposta conjunta de toda a comunidade, nacional e internacional, e que “os imigrantes devem ter, na nossa sociedade, os mesmos direitos e deveres dos nascidos na Região, no país e na Europa”.

José Manuel Rodrigues participou, hoje, em Roma, num Fórum sobre a integração dos imigrantes, no âmbito do Encontro Internacional pela Paz, organizado pela Comunidade de Santo Egídio.

O Fórum contou com a intervenção do Comissário Europeu dos Assuntos e Migração, Magnus Brunner, de diversos especialistas e de testemunhos de refugiados da guerra e de imigrantes de várias nacionalidades.

Rodrigues afirma que a política “deve regular a imigração, acolher com humanismo e integrar com sensibilidade.”

“Temos de ter uma imigração regulada e combater, sem tréguas, os traficantes que lançam pessoas ao mar, sem quaisquer condições, condenando-as, muitas vezes, à morte, e os que as exploram nos nossos países, sem nenhuma condescendência”, vinca o Secretário da Economia, que realça o facto de “as nossas economias já não conseguirem funcionar sem o trabalho dos imigrantes”.

José Manuel Rodrigues garante que, face ao saldo natural negativo e às projeções demográficas da Região, “vamos precisar de mais pessoas para colmatar a falta de ativos no mercado de trabalho” e sublinha que “atualmente os imigrantes já dão um contributo significativo para o crescimento económico e os seus descontos para a segurança social já ultrapassaram os 3,6 mil milhões de euros, contribuindo para a sustentabilidade do sistema”.

Rodrigues recorda que “os imigrantes são dos que menos recorrem ao nossos serviços públicos, nomeadamente aos de educação e saúde”, e daí que defenda “ o lançamento de novos programas, que garantam uma melhor integração dos imigrantes, como o ensino da língua, da história e da nossa cultura, aprendizagens sobre o funcionamento das instituições democráticas e autonómicas e da justiça, informação sobre os direitos e deveres laborais, ações de formação profissional, e um reconhecimento mais rápido das habilitações de ensino dos que nos procuram para trabalhar”.

“Não se trata de impor a nossa cultura aos imigrantes, mas de garantir que respeitam a cultura da Região e do país que escolheram para viver e trabalhar. Nós respeitamos a sua cultura e a sua dignidade pessoal”.

“A integração é uma missão de quem chega e de quem recebe, já que precisamos uns dos outros”, advogou Rodrigues.

O Secretário da Economia lembrou, ainda, que “ uma terra de diáspora, como a Madeira, que tem grandes comunidades em todos os continentes, só pode ser uma terra de acolhimento para aqueles que, agora, a procuram para trabalhar e ganhar a sua vida”.

Já no Fórum “As crianças estão pedindo o futuro”, ficou-se a saber que existem 4,7 mil milhões de jovens no mundo: 1,9 mil milhões com menos de 15 anos e 2,8 mil milhões entre 15 e 30 anos. Mais de 40% deles vivem em contextos de conflito ou vulnerabilidade, predominantemente na África e no Oriente Médio. Segundo pesquisa do Pew Institute, aproximadamente 85% dos jovens entre 10 e 29 anos identificam-se com uma prática espiritual, e um número crescente está a voltar-se para a religião em busca de esperança, clareza moral e senso de comunidade. No entanto, quase metade não tem fé em instituições religiosas. “Simplificando, nós, adultos, estamos falhando com eles”, alertou Sharon Rosen, da Aliança Internacional pela Liberdade Religiosa ou Crença, uma organização que também trabalha para construir pontes de paz entre israelenses e palestinos, que resumiu o apelo unânime de que é preciso cuidar mais das crianças se quisermos ter um mundo melhor.

Ontem, na cerimónia inaugural do Encontro Internacional pela Paz o Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, enfatizou o papel essencial dos facilitadores da paz, apontando o exemplo da Comunidade de Sant’Egidio, e como “os processos de paz exigem perseverança e paciência”. Enquanto a Rainha Matilde da Bélgica afirmou que “somente através do diálogo as sociedades podem melhorar” e enfatizou o papel dos jovens, “arquitetos do amanhã”, na construção do futuro e a importância da sabedoria das mulheres.

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