As II Jornadas de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria na Infância e Adolescência já arrancaram esta manhã, reunindo cerca de 240 participantes num dia dedicado à reflexão e ao debate sobre os desafios que afetam as camadas mais jovens. O encontro decorre sob o tema “Tempos de mudança: novas intervenções, que respostas?”, centrando-se na necessidade de encontrar estratégias eficazes perante o aumento das problemáticas de saúde mental na adolescência.
O enfermeiro André Barreto, da unidade organizadora, abriu o evento sublinhando a importância de discutir estes desafios num momento em que, afirma, “é urgente falarmos dos adolescentes para melhorarmos também a nossa intervenção”. A conferência inaugural, dedicada aos desafios da adolescência, marcou o início dos trabalhos.
Segundo André Barreto, as equipas de saúde mental infantil têm recebido “cada vez mais jovens com sintomatologia depressiva, comportamentos autoagressivos”, uma tendência que considera preocupante e que reforça a necessidade de “projetos sólidos de promoção da saúde mental”.
Apesar de não avançar números concretos, o profissional confirma que os projetos comunitários têm revelado um aumento significativo de sinais depressivos entre os adolescentes. Para André Barreto, esta realidade exige um olhar atento e crítico sobre o papel da tecnologia no quotidiano dos jovens.
“Temos de repensar a utilização dos ecrãs e das redes sociais”, defende, apontando ainda para a necessidade de avaliar o impacto dos manuais digitais. “Os jovens estão muito ligados ao telefone, que parece ser um prolongamento deles próprios. Quando não têm o telefone, alteram o seu comportamento. Temos de falar sobre isto.”
As Jornadas prosseguem ao longo do dia, com múltiplos painéis e momentos de reflexão dedicados a profissionais da área, procurando contribuir para novas respostas e intervenções que promovam o bem-estar psicológico das gerações mais jovens.