Na iniciativa do JM e da Secretaria Regional de Ambiente, Turismo e Cultura, que esta tarde revisita, no Jardim Botânico, os 25 anos da classificação da Laurissilva como Património Mundial da UNESCO, Rocha da Silva, antigo diretor regional de Florestas, destacou o papel da floresta como suporte das espécies e alertou para a necessidade de gerir a “carga” a que a Madeira sempre sujeitou o seu património natural.
Lembrou que, numa sociedade hoje mais informada, há “maior atenção” a vários fenómenos, em parte também potenciada pelas redes sociais, e pelo facto de o espaço natural da Madeira ser a principal atração na captação do fluxo turístico que visita a Região. Por isso, considera natural que “quem está no Governo tenha de encontrar as ferramentas mais adequadas para proteger todo este património que vem dos nossos antepassados e que todos queremos que se perpetue”.
Foi nesse contexto que introduziu a questão da carga sobre a floresta, recusando a ideia de que este seja um problema totalmente novo: “Hoje temos a carga turística, mas antigamente tínhamos a carga da população que vivia e dependia dessa floresta: para obter as suas lenhas, materiais para construção... até os primórdios da Região dependeram da floresta”, afirmou.
Rocha da Silva recuou mesmo aos tempos da descoberta, recordando que a Madeira permitiu a alteração da arquitetura no próprio coração de Lisboa, graças às vigas de madeira que daqui eram enviadas. “A partir do momento em que a ilha é colonizada houve sempre uma pressão muito grande sobre a floresta”, notou, para concluir que esta realidade está em permanente evolução e que os governos têm de encontrar, em cada momento, ferramentas de trabalho assertivas para garantir a proteção do património florestal.