Guilherme Silva foi o porta-voz dos agraciados no Dia da Região, pelo Governo Regional. O antigo deputado da Assembleia da República reconheceu que “já fui em devido tempo beneficiado pela oportunidade histórica que me foi dada”, no reforço estatutário e político da autonomia regional e defesa intransigente dos madeirenses.
Recordou “o trabalho aliciante” que desempenhou para o reforço da autonomia, “contra o centralismo”.
Os avanços então conseguidos foram graças à liderança forte de Alberto João Jardim, que nunca temeu nem pactuou com qualquer retrocesso do processo.
Dirigiu uma palavra especial às novas gerações, incluindo os deputados que têm assento no parlamento, sublinhando que “a autonomia conquistada nunca será uma obra acabada”.
Lembrou que, em projeto de revisão constitucional, “que tive o privilégio de subscrever, defendia a atribuição de total competência legislativa as Assembleias Regionais” e ao parlamento nacional e ao Estado matérias de soberania e de defesa.
Guilherme Silva sublinhou ainda a importância pelo respeito das diferenças entre os povos, lembrando a relação dos emigrantes e dos imigrantes.
“Em bom rigor, não é possível pensar o futuro da autonomia regional, perspetivá-la com vista às futuras gerações, sem refletir o passado e o presente”, disse ainda no seu discurso, focando que “graças à autonomia, a Madeira passou das regiões mais atrasadas do país, para as mais desenvolvidas a nível europeu”.
Guilherme Silva comentou ainda a relação entre o Estado e a Igreja, com um contexto histórico de entreajuda e respeito.
Apelou à esperança coletiva, ao respeito pelas autonomias e, numa oportuna revisão da Constituição, que seja de fato, possível, “com coragem e sem receios reforçar os poderes das Regiões Autónomas. com competências legislativas sobre os seus territórios.
Passados dez anos, essa legítima aspiração não foi concretizada ainda, lamentou o causídico, recordando as tentativas de revisão constitucional no que ao papel e poder das autonomias diz respeito.
Em nome pessoal e de todos os agraciados, agradeceu as insígnias atribuídas, “que partilhamos com todos os madeirenses que continuam a ser a razão da nossa ação”, nas mais variadas áreas.