A secretária regional de Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, garantiu esta quarta-feira, na Assembleia Legislativa da Madeira, que o Governo Regional “tudo tem feito e continuará a fazer” para reduzir o desemprego jovem e criar condições para que os jovens qualificados permaneçam — ou regressem — à Região. As declarações surgiram durante o debate temático dedicado ao Emprego, no qual a governante respondeu a questões colocadas pelos deputados Basílio Santos (JPP), André Pão (PSD) e Bina Pereira (PSD).

“Queremos reter talento qualificado”. Paula Margarido afirmou que a prioridade do Governo passa por assegurar que os jovens madeirenses possam regressar à Região com salários “compatíveis com o investimento que eles e as suas famílias fizeram”. A governante recordou que esta estratégia está alinhada com o caminho já defendido pelo presidente do Governo Regional: atrair empresas tecnológicas e de elevada incorporação tecnológica, oferecendo condições económicas favoráveis para a sua instalação.

“O objetivo é que estas empresas contratualizem os nossos jovens qualificados, oferecendo-lhes uma remuneração ajustada à sua qualificação”, sublinhou.

A secretária da Inclusão destacou a criação de um novo instrumento de apoio ao emprego jovem: o programa ‘Valorizar 35’, lançado pela portaria de 13 de agosto de 2025. A iniciativa disponibiliza verbas às empresas para reforçar a contratação de jovens qualificados, garantindo-lhes condições salariais adequadas ao nível formativo.

“Não é um paraíso, é mais um instrumento que decidimos criar para continuarmos a reter talento”, afirmou.

Taxa NEET desce, mas Governo quer mais

Paula Margarido abordou igualmente a evolução da taxa NEET (jovens que não estudam, não trabalham e não recebem formação). Recordou que, entre 2015 e 2024, a Região tem registado uma tendência de descida e que a taxa se encontra atualmente em 10,9%.

Apesar da melhoria, a governante afirmou que o objetivo é continuar a reduzir este indicador.

“Estamos a apostar em políticas que mostram resultados. Cada vez mais jovens querem formação, regressar à escola e procurar emprego.”

Em resposta ao deputado André Pão, PSD, Paula Margarido reforçou que a estratégia económica do Governo continuará a centrar-se na atração de empresas qualificadas, capazes de absorver mão de obra jovem e especializada.

“Temos jovens qualificados. Não queremos que estejam no continente ou no estrangeiro. Podem ter experiências lá fora, mas queremos que regressem com uma remuneração adequada ao seu investimento.”

A secretária da Inclusão anunciou ainda progressos significativos na concretização de uma convenção coletiva regional para o setor da economia social, abrangendo IPSS, Misericórdias e colaboradoras técnicas do Instituto de Segurança Social da Madeira.

Segundo Paula Margarido, a Direção Regional do Trabalho concluiu na semana passada os trabalhos entre entidades empregadoras e sindicatos, tendo sido alcançado um consenso. Seguem-se agora reuniões com o Instituto de Segurança Social da Madeira, Secretaria Regional da Educação, Secretaria Regional da Saúde.

O objetivo é avaliar o impacto orçamental e, posteriormente, concretizar a convenção coletiva em 2026, garantindo “melhores salários, melhor qualificação e maior equidade no setor da economia social”.