A Associação “Garouta do Calhau” inaugurou esta quarta-feira o novo Centro de Dia e de Noite “Casa da Esperança”, instalado na antiga Quinta com mesmo nome, no Paiol.
A nova valência representa um investimento de 2,62 milhões de euros, dos quais 2,33 milhões financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito da expansão das respostas sociais destinadas à população idosa. O equipamento disponibiliza 50 vagas: 30 para Centro de Dia e 20 para Centro de Noite, cada uma dirigida a perfis distintos de utilizadores.
Durante a inauguração, o presidente da associação, Ricardo Silva, destacou o crescimento da rede social da instituição, que já conta com seis centros comunitários - Viveiros, Santa Maria Maior, Murteiras, Santa Maria, Quinta Falcão, Várzea e Ana Nazaré - e dois centros dedicados a pessoas com demência, na Várzea e nas Romeiras. “Aqui abrimos o terceiro centro para pessoas com demências, integrado numa resposta que também inclui um Centro de Noite destinado a combater a solidão e o isolamento”, explicou.
Segundo Ricardo Silva, as 30 vagas do Centro de Dia já estão preenchidas e existe lista de espera. “Temos dois centros de dia com lotação completa e mais candidatos do que vagas disponíveis. Se surgirem situações prioritárias, avaliamos caso a caso”, afirmou. Quanto ao Centro de Noite, há já cinco inscrições e as candidaturas continuam abertas. “É uma novidade na Região e queremos perceber como evolui esta resposta.”
O dirigente revelou ainda que a associação prepara novos projetos, assentes numa rede especializada de centros de dia: um dedicado a pessoas que sofreram AVC, outro à saúde mental e outro com funcionamento alargado, permitindo que os utentes regressem a casa “com o banho e o jantar tomados”. Está igualmente prevista uma área de apoio domiciliário adaptada às necessidades individuais. “A oferta deve ajustar-se a cada pessoa, e não o contrário”, sublinhou.
Ricardo Silva defendeu maior participação da sociedade civil no financiamento destas respostas. Recordou que a obra agora inaugurada contou com um donativo privado que permitiu suportar o IVA e evitar recurso ao crédito bancário. “Se estivermos organizados, a sociedade consegue ser mais eficiente, mais humana e mais próxima do que o próprio Estado”, afirmou, garantindo que a “Garouta do Calhau” continuará a procurar parcerias privadas para novos investimentos.