José António Garcês, presidente da Câmara Municipal de São Vicente, admite que os preços dos materiais da construção civil estão a ter impacto no surgimento de novas construções. Muitos não levantam a licença por já não terem capacidade para construir.
O autarca diz ter na Câmara, alguns projetos prontos mas que não são levantados porque os pretendentes à construção vieram a saber que o preço da obra será demasiado elevado.
O responsável pelo Urbanismo, por seu lado, acrescentou que, de facto, há muitas pessoas que fazem o seu projeto em função do seu sonho, mas que depois não podem avançar. Carlos Gonçalves refere que, além dos preços dos materiais de construção, há ainda a falta de mão de obra.
João Neves, da empresa de construção FM Construções, admite que, muitas vezes, o cliente chega com o projeto. A empresa faz o orçamento, que fica fora das possibilidades do cliente. Muitos ainda tentam fazer alteração ao projeto por forma a prosseguirem o sonho, enquanto que outros fazem um novo projeto para conseguir concretizar o seu objetivo.
“Muitas vezes, as pessoas querem uma casa plana num terreno inconcebível”, adiantou ainda João Neves no Fórum que decorre na Escola Agrícola da Madeira, promovido pelo Município de São Vicente pelo JM e que caminha, a passos largos, para o fim.
Voltando à falta de mão de obra, João Neves diz que a empresa não pode crescer se não tem quem oriente os trabalhadores. Além da falta de mão de obra qualificada, também há falta de profissionais da construção civil.
Um outro problema que leva esta situação é o não cumprimento dos prazos previamente estabelecidos.