No seu ponto de ordem deste domingo, Filipe Sousa, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, lamentou a decisão do Governo Regional de recorrer da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal no polémico caso do IMI de aeroporto, considerando que este é um recurso "contra o povo".
"O Governo Regional anuncia, hoje, com pompa e circunstância, que vai recorrer da decisão do tribunal que nos deu razão no caso da inscrição do Aeroporto da Madeira na matriz, o que permitiria a cobrança de IMI àquela infraestrutura. Acabava-se assim com um regime de exceção sem razão de ser, criando justiça em relação a que paga os seus impostos e arrecadando uma importante receita para o concelho, permitindo aliviar quem aqui vive mais um pouco dos seus impostos, nomeadamente com nova descida do IMI, que já está à taxa mínima", começou por recordar o autarca.
No entanto, a este propósito, o edil deixou uma garantia: "Não vamos desistir na certeza de que a razão e a justiça desta nossa luta são legítimas", asseverou, deplorando a contínua defesa dos interesses económicos em detrimento dos da população que trabalha e que cumpre com as suas obrigações de contribuintes.
"A esses ninguém vem defender com isenções ou descidas de impostos. É imoral a atitude de quem assim atua na defesa de grupos empresariais e em prejuízo do povo, mas, mais imoral ainda, é ver deputados, que são simultaneamente vereadores em Santa Cruz, agirem da mesma forma. Gente, como o Dr. Brício Araújo, que coloca a mão no peito como sendo defensor desta terra, mas, à primeira oportunidade, coloca-se do lado dos grandes grupos económicos e do Governo Regional em vez de defender aqueles que o elegeram", criticou ainda.
É neste sentido que Filipe Sousa considerou ser igualmente "imoral" este recurso do Governo Regional, que "ainda nos acusam de gastar dinheiro em advogados".
"Só que gastamos para defender Santa Cruz, enquanto que o Governo Regional vai gastar para defender não a infraestrutura que dizem ser da Região e, portanto, isenta de IMI, mas sim os grupos que a gerem neste momento, que fazem lucro e negócio e que, ao contrário de quem trabalha honestamente, têm benesses e isenções que estão vedadas ao comum dos mortais. É nesta política pobre e podre que não me revejo e contra ela continuarei a lutar todos os dias", rematou.
Redação