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Artigo de Opinião

Diretor

8/11/2025 08:05

Quem acompanha com a mínima atenção a vida pública regional nos últimos anos sabe bem do marasmo ditado por crises políticas, campanhas, eleições, falta de maioria, de legitimidade política e de orçamentos.

Foi um tempo que não deixa saudades. Um tempo perdido.

Agora, anuncia-se um novo ciclo. Se se cumprirem os calendários regulares, teremos eleições para a Presidência da República a abrir o próximo ano e depois voltamos à normalidade democrática de acordo com as opções dos eleitores.

Para o bem e para o mal, começa um período em que nem os diferentes poderes podem alegar falta de legitimidade para trabalhar, nem as oposições têm como bloquear a atividade governativa por capricho.

Dito de outra forma, acabaram-se as desculpas que podiam pender para um lado ou para outro.

Tendo como exemplo a semana que hoje termina, fica expressa a ideia de empenho em cumprir o prometido, mesmo que uma ou outra medida seja menos popular ou mereça crítica afiada dos profissionais do anonimato confortável das redes sociais.

Cabe aqui o anúncio de novas regras para o Fanal. Foram medidas assumidas pela Secretaria do Ambiente no Jornal de terça-feira e algumas delas começaram a ser executadas logo no dia seguinte.

A vedação, para proteger árvores centenárias num local tão procurado, não é uma medida simples. Não dá fotografias bonitas. Não colhe a simpatia de todos. Mas é necessária na defesa de um património único que todos queremos salvar. Essa e outras regras a anunciar mostram que há trabalho a ser feito que resulta também da estabilidade e legitimidade política de quem governa.

A forma como a Madeira respondeu à afronta da nova taxa da TAP constitui outro exemplo de destaque. Não foi apenas o Governo que reagiu energicamente contra uma medida injusta. Foi também a sociedade em geral. Foi o mercado. Foram os partidos dentro e fora do Parlamento. E o resultado foi o que se viu: o que era uma ordem de cima para baixo, acabou por ser uma má ideia morta à nascença.

Outro exemplo: o troço da via expresso entre o Arco de São Jorge e a Boaventura esteve mais de uma década na gaveta. No princípio, ainda se perceberam as explicações. Mas os sucessivos adiamentos já não tinham mais sentido. E o início dessa obra, que vem valorizar a esquecida costa norte, está contemplado no Orçamento para o próximo ano. Não era sem tempo.

Ainda a norte, a forma como famílias e instituições coincidiram ao apontar falhas no parque da foz da Ribeira do Faial mostra consonância de interesses em nome da qualidade do espaço público. E a pronta resposta governamental também se aplaude num quadro de sã convivência democrática com o reparo e a crítica fundamentada.

Por fim, a determinação que se nota no Poder Local. Talvez seja do início de um novo ciclo, talvez seja pela existência de tantos novos protagonistas, talvez seja apenas uma aparência ligeira. Mas o que se nota, pelos discursos e pela atitude e empenho da esmagadora maioria dos autarcas, é o desejo de passar da campanha à ação.

Estes são apenas alguns exemplos do regresso ao velho normal, uma espécie de retoma da normalidade.

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