Os ex-ministros de Economia, Carlos Tavares, e das Finanças, Fernando Medina, são os dois oradores da conferência da Autonomia - ‘Modelo Financeiro’, organizada pela Comissão Executiva das celebrações dos 50 anos de Autonomia.
Num evento muito participado, com várias figuras públicas, entre os quais o presidente do Governo Regional, os dois responsáveis falam sobre o futuro do processo no que às Finanças diz respeito.
Antes, aos jornalistas, Carlos Tavares afirmou que a revisão da Lei de Finanças Regionais deve consagrar mais poderes à Madeira, defendendo um modelo financeiro mais amplo para uma Região que tem demonstrado ter estabilidade financeira.
”É preciso estabilizar o quadro legal com um conjunto de princípios duradouros”, de maneira que não seja necessário rever a lei de seis em seis anos. “Deve-se conciliar mais liberdade e responsabilidade”, disse, aditando que a Região deve ter capacidade de cobrar mais receitas próprias, para dar um exemplo.
Já Fernando Medina, ex-ministro das Finanças socialista, elogiou a Madeira pelo desenvolvimento alcançado. Entende que a Região deve ser ouvida nas suas reivindicações em matéria de mais autonomia fiscal.
Reconhecendo o esforço de ambas as partes, regiões e Estado, Medina sublinhou que este é “o momento do processo de viragem”, atendendo à “tranquilidade” existente entre os governos regional e central.
Referência ainda para o presidente da comissão dos 50 anos de Autonomia que já deu início à conferência. João Cunha e Silva lembrou o percurso de vários anos de luta para mais autonomia financeira, reconhecendo que há ainda muitos aspetos para melhorar e reivindicar. “Não basta gritar deste lado do Atlântico”, vincou.
As dificuldades dos madeirenses que ainda persistem, como na questão dos custos das viagens aéreas, ou no tratamento diferenciado aos atletas da Região, foram temas abordados no seu discurso.