O PCP realizou hoje, junto ao Anadia Shopping, uma iniciativa política de contacto com a população e com os trabalhadores para denunciar aquela que diz ser a intenção do Governo PSD/CDS de “desregular ainda mais os horários de trabalho, retirando tempo, estabilidade e previsibilidade à vida familiar e pessoal de quem vive do seu trabalho”.
“A desregulação dos horários de trabalho é hoje um dos maiores problemas enfrentados por milhares de trabalhadores. São tratados como máquinas sem vida pessoal, sem tempo para a família, sem direito ao descanso”, disse Ricardo Lume, durante a ação.
“Num momento em que o país deveria avançar na redução dos horários de trabalho, garantir estabilidade e assegurar tempo para viver, o Governo da República PSD/CDS, através do seu Pacote Laboral, propõe precisamente o contrário: dar às entidades patronais o poder de dispor do tempo dos trabalhadores à sua vontade, alargando os horários e promovendo o trabalho não pago através do “banco de horas”, aditirou o dirigente do PCP.
Ademais, Ricardo Lume exemplificou: “Com as alterações propostas, um trabalhador pode ver o seu horário alargado em mais 2 horas por dia, até 50 horas semanais, apenas com 3 dias de antecedência de aviso. Isto significa que um trabalhador que deveria sair às 18h pode ser obrigado a ficar até às 20h a trabalhar, mesmo que tenha de ir buscar os filhos à escola ou cuidar da família. E, para agravar, essas horas deixam de ser pagas como trabalho extraordinário — passam a ser compensadas conforme as conveniências da empresa, em tempo.”
“A aplicação do banco de horas, seja individual ou grupal, representa um enorme retrocesso nos direitos laborais, destrói a estabilidade da vida familiar e pessoal e transforma o trabalhador num mero instrumento de produção. Os trabalhadores não são máquinas”, deixou claro.
Ricardo Lume concluiu reafirmando que “ainda é possível travar e derrotar este pacote laboral e abrir caminho a uma política que valorize o trabalho e os trabalhadores:
“O PCP apela à unidade, à mobilização e à luta organizada dos trabalhadores nos locais de trabalho, nas empresas e nas ruas. Essa luta vai ganhar maior expressão no próximo dia 8 de novembro, na Marcha contra o Pacote Laboral, promovida pelo movimento sindical unitário que se realizará no Funchal, e a participação de cada trabalhador é fundamental para dar visibilidade ao descontentamento com o ataque que está a ser feito a quem vive da sua força de trabalho. No passado, foi com a luta dos trabalhadores que se derrotou a ofensiva do PSD/CDS e da troika estrangeira contra os direitos laborais. Agora, será também com a luta que vamos travar e vencer esta política de exploração e empobrecimento e derrubar o pacote laboral do Governo”, remata nota enviada à imprensa.