A Câmara Municipal do Funchal abriu as portas do salão da assembleia municipal esta quarta-feira, 17 de setembro, para o segundo dia de atividades inseridas na Semana Europeia da Mobilidade, a decorrer no Funchal, até 22 de setembro.
Sob o mote “A Mobilidade Elétrica: Contributos para a Transição Energética!”, coube ao vice-presidente da autarquia e anfitrião da iniciativa, Bruno Pereira, iniciar os trabalhos, começando por dar as boas-vindas a todas as entidades presentes, com uma plateia, maioritariamente, composta por oradores especialistas e entidades parceiras da Câmara Municipal no que toca ao tema da mobilidade, bem como alunos do curso “Mecatrónica Automóvel e Mecânica Naval”, ministrado pelo Instituto Profissional de Transportes e Logística da Madeira (IPTLM), que, prontamente, aceitaram o convite da CMF. Visivelmente satisfeito pela presença dos estudantes nesta conferência, Bruno Pereira deixou uma palavra de apreço aos jovens alunos, pois “embora o tema da mobilidade se destine a todos, muita da ação e das medidas aqui debatidas são destinadas, principalmente, a vocês que são o futuro da sustentabilidade e acredito que irão marcar o compasso para uma mobilidade, certamente, mais segura, mais consciente e menos poluente” .
Com um vasto programa de temáticas focadas na importância da transição para energias renováveis e redução de carbono emitido pelos veículos tradicionais, a intervenção de Bruno Pereira serviu de mote de arranque da iniciativa, com enfoque em indicadores que evidenciam a necessidade premente de mudança de hábitos, os quais devem ser encarados “por todos, sem exceção, com espírito de cidadania e responsabilidade social. Falar de Mobilidade, é abordar um conjunto de fatores que dependem do cidadão e das suas ações decisivas, as quais contribuem positiva ou negativamente para um futuro mais seguro, mais saudável e mais amigo do ambiente”.
O autarca referiu que em 2000, a Região Autónoma da Madeira (R.A.M.) registava 84 mil veículos, enquanto, em 2024, esse número ascendeu a 198 mil, representando um crescimento de 136% na frota automóvel. Só em 2023, entraram na Região 10 mil veículos, impulsionados pelo forte crescimento turístico. Adicionalmente, 64% destes veículos têm mais de 10 anos, um fator crítico para o desempenho ambiental, dado que modelos mais antigos emitem mais poluentes, segundo o vice-presidente devem ser tidos em conta, não apenas face às normas ambientais impostas pela União Europeia, bem como pelos desafios que colocam ao nível do trânsito rodoviário, especialmente, no centro urbano do Funchal.
Consciente dos desafios, Bruno Pereira enfatizou que o objetivo não é ser alarmista, mas sim promover soluções transversais para a mobilidade, que vão além do trânsito automóvel.
A título de exemplo, o autarca mencionou alguns hábitos simples mas significativos que podem ser adotados na rotina diária e cujo impacto é “profundamente significativo” como a utilização de transportes públicos, aquisição de veículos elétricos, a utilização de acessos pedonais nas distâncias curtas, entre outros exemplos que aliados às medidas implementadas como a elevação de passadeiras, lombas redutoras de velocidade, estreitamento de vias rodoviárias, reforço de postos de carregamento para veículos elétricos, promovem e reforçam as condições necessárias para a mudança de rotinas diárias.
“Falar de Mobilidade, é falar sobre um conjunto de fatores que dependem do cidadão e das suas ações decisivas, as quais contribuem positiva ou negativamente. Educar a nova geração para as questões da mobilidade – seja através do uso de transportes públicos ou veículos elétricos – é fundamental, exigindo que os caminhos pedestres e a infraestrutura urbana estejam preparados para acolher esta transição urgente. O mais importante e que quero deixar claro hoje, com esta minha intervenção, é a questão dos comportamentos exemplares e o espírito de cidadania. Essa é a mensagem que quero transmitir aqui. Acima de tudo, está do nosso lado, a responsabilidade em fazer do futuro, um futuro melhor”, concluiu.