O ADN-Madeira alerta para a situação de instabilidade na Venezuela, marcada por crise económica, inflação elevada, escassez de bens básicos, colapso de serviços públicos, repressão política e violação de direitos fundamentais. A organização sublinha que estes fatores tornam a vida quotidiana difícil para a maioria da população venezuelana.
Com cerca de 5% da população madeirense de nacionalidade venezuelana e mais de 300 mil madeirenses e luso-descendentes atualmente na Venezuela, o ADN-Madeira considera que a tensão vivida no país latino-americano pode ter consequências económico-sociais significativas para a Madeira.
A organização alerta para a política de isolamento externo adotada pelo regime de Nicolás Maduro, incluindo o corte de rotas aéreas e a manutenção de alianças com países como Rússia e China, aumentando a sensação de isolamento. A crescente militarização e acusações internacionais de narcotráfico criam um cenário de risco geopolítico, com potencial impacto na segurança, fluxos migratórios e crises humanitárias.
O ADN-Madeira sublinha a importância de planos de emergência, dada a presença da maior diáspora portuguesa do mundo na Venezuela. Em caso de crise militar, recomenda-se:
- ativação de planos de evacuação de emergência;
- deslocamento de meios da Marinha Portuguesa para o Atlântico Sul;
- reforço da rede consular com equipas de apoio de emergência.
O organismo aponta ainda possíveis cenários internacionais em caso de intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela:
- Portugal: alinhamento com EUA e UE, proteção da comunidade portuguesa, sanções e diplomacia;
- União Europeia: condenaria a Rússia, sancionaria o regime venezuelano, defenderia negociações e legitimaria eleições recentes, sem envio de tropas;
- NATO: não interviria diretamente, garantindo presença no Atlântico e apoio logístico aos EUA;
- Rússia: condenaria ação militar, enviaria apoio limitado ao regime de Maduro, mas evitaria confronto direto com os EUA.
O ADN-Madeira alerta ainda que reações em dominó na América do Sul podem agravar a situação. Países como Argentina e El Salvador já manifestaram apoio à queda do regime de Maduro.
O ADN recorda que, apesar de ser potencialmente um dos países mais ricos do mundo, a maioria da população venezuelana vive abaixo do limite da pobreza.