Miguel Castro, presidente do Chega-Madeira, desafiou hoje o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar Branco, que se encontra em visita oficial à Região, “a assumir claramente se considera que os madeirenses merecem, ou não, uma ligação ferry regular entre a Madeira e o continente”.
Através de um comunicado enviado às redações, Miguel Castro recorda que a Madeira é território português, “caso alguém ainda duvide disso em Lisboa”, e que “os madeirenses têm exatamente os mesmos direitos que qualquer cidadão do continente”. “O Atlântico, que outrora foi uma barreira, deve hoje ser uma ponte. Uma ponte de ligação, de dignidade e de igualdade. Os madeirenses são portugueses, não são cidadãos de segunda”, afirmou o líder regional do Chega.
O deputado na Assembleia regional lembra que a ligação ferry estava prevista no Orçamento do Estado para 2025 (OE25), mas que, “de forma inexplicável e inaceitável, desapareceu do OE26, como se o tema tivesse deixado de ter importância para o Governo da República”. Para Miguel Castro, esta atitude é um insulto à autonomia e à população da Região, que há anos reivindica esta ligação marítima essencial.
“Agora o Governo da República vem dizer que vai pedir um estudo de viabilidade sobre a linha ferry. Estão a gozar com a cara dos madeirenses? Depois de décadas de promessas, orçamentos, relatórios e adiamentos, ainda vêm com a desculpa do estudo? Isto é brincar com um povo inteiro”, denunciou Miguel Castro.
O líder regional do Chega sublinha que a linha ferry não é um favor do Estado, mas sim “o cumprimento de um direito constitucional, o direito à continuidade territorial, à mobilidade e à igualdade de oportunidades”. “Não estamos a pedir esmolas nem caridade. Estamos a exigir respeito e seriedade para com os madeirenses”, reforçou.
Miguel Castro deixou ainda um desafio direto ao presidente da Assembleia da República:
“O senhor presidente Aguiar-Branco tem agora uma oportunidade de ouro para mostrar se está do lado dos madeirenses ou do lado da hipocrisia de Lisboa. Queremos ouvi-lo claramente: acha que os madeirenses merecem ou não uma ligação ferry ao continente? Esta é a pergunta que a Madeira faz, e que exige resposta.”