A deputada Manuela Gonçalves, do Chega, acusou esta quinta-feira o Partido Socialista de transformar a Assembleia Legislativa da Madeira “num palco de encenação política”, ao apresentar um projeto que recomenda ao Governo Regional a abertura de um concurso público para a construção do edifício destinado ao ensino politécnico da Universidade da Madeira (UMA).
Segundo a parlamentar, o PS “insinua falsamente que a acreditação institucional da Universidade estaria em risco”, o que considerou “politicamente oportunista”. “A A3ES não condiciona a acreditação à existência de um edifício específico. A UMA mantém acreditação plena e cumpre todos os critérios exigidos”, afirmou.
Manuela Gonçalves explicou que o projeto em causa corresponde à ampliação do CITMA, no campus da Penteada, incluído no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas cujo financiamento se perdeu por impossibilidade de execução dentro dos prazos definidos por Lisboa. Recordou ainda que o Reitor da UMA confirmou em março que as verbas do PRR não seriam utilizadas e que o projeto foi reencaminhado para o programa Madeira 2030.
A deputada defendeu que o atraso “decorre da estrutura centralizada e burocrática do PRR criado pelo Governo socialista”, sublinhando que “menos de 6% dos fundos foram destinados às Regiões Autónomas”.
Sublinhou também que a Escola Politécnica da UMA já existe e está em funcionamento, oferecendo 13 cursos técnicos superiores profissionais em várias áreas, “mesmo sem o novo edifício que o PS agora usa como bandeira”.
Manuela Gonçalves acusou ainda o PS-Madeira de “instrumentalizar a Universidade para fins partidários” e considerou “hipócrita” a posição socialista, lembrando que “o ISAL, onde uma dirigente socialista ocupa cargo de direção, nunca precisou de exigir edifícios novos para manter acreditação”, declarações estas que mereceram desaprovação do PS, com o deputado Paulo Cafôfo (PS), a dizer “muito feio”, na alusão feita, neste caso, à deputada Sancha Campanella (PS) nesta dialética parlamentar.
“O Chega rejeita o populismo técnico e defende a Universidade da Madeira como instituição autónoma e de mérito”, concluiu a deputada.