A entrega dos prémios relativos à 3.ª edição do Prémio Literário João Augusto d’ Ornelas decorreu esta tarde na Residência Artística do Ilhéu - Lá em Cima, em Câmara de Lobos, com a presença da autora do conto ‘O Hotel’ vencedor da edição deste ano.
Na cerimónia, foi apresentado o livro que reúne os contos premiados, publicado sob a chancela da tipografia Natividade.
A obra destaca o conto vencedor da terceira edição, intitulado ‘O Hotel’, da autoria de Maria João Caetano, agraciada com um prémio pecuniário no valor de 1.500 euros.
O livro também inclui os dois contos distinguidos com menções honrosas, nomeadamente ‘Santos da Casa’, de Cláudia Faria, e ‘O Salto da Cerejeira’, de Maria Conceição Santos.
’O Hotel’ destaca-se, nas palavras do júri, constituído por Francisco Fernandes, Lília Mata e Laura Moniz, “pela maturidade e estrutura literária, bem como pela correção linguística apresentada”. Trata-se de uma trama policial enriquecida com um vasto património de memórias, cumprindo assim os objetivos inspiradores deste prémio literário.
No conto ‘Santos da Casa’, distinguido com menção honrosa, é explorado o destino diferenciado de rapazes e raparigas pobres que veem na emigração uma esperança de vida melhor, revelando muitas vezes um desfecho de engano e servidão para elas.
Nesta edição, destaca-se também o conto ‘O Salto da Cerejeira’, que recebeu a segunda menção honrosa, apresentando uma riqueza de referências culturais e históricas relacionadas com a Madeira e o Estreito de Câmara de Lobos. Utilizando não apenas o vocabulário madeirense, mas também uma caracterização etnográfica que aborda costumes, hábitos sociais e vestuário da época retratada, o conto preserva um léxico que, ao longo do tempo, tende a cair em desuso.
Durante a consagração dos contos vencedores, Leonel Silva, vice-presidente da autarquia responsável pela Cultura, apresentou a quarta edição do Prémio Literário João Augusto d’ Ornelas, agendada para decorrer ao longo de 2024.
Este novo capítulo do prémio visa dar a conhecer o seu patrono, estimular o gosto pela leitura e escrita, e promover a língua portuguesa.
A iniciativa representa, igualmente, uma estratégia cultural da Câmara Municipal de Câmara de Lobos para fomentar a criação literária através da escrita em prosa, com um tema livre, embora deva ser evidente, direta ou indiretamente, uma alusão às vinhas e/ou vinho Madeira, elementos que caracterizam a freguesia do Estreito de Câmara de Lobos.