O presidente do Governo Regional disse hoje que a Região está a retomar o processo de revisão dos ventos no aeroporto da Madeira.
Depois do processo de revisão ter voltado "à estaca zero" com a saída do ministro [Pedro Nuno] Santos do Governo da República, o presidente do Governo Regional disse ser necessário agora retomar as negociações com o Ministério das Infraestruturas de João Galamba, porque se for possível alargar a margem dos ventos "será uma grande benesse para a Madeira".
"Estamos a fazer todas as diligências no sentido de retomar esses estudos. São estudos sérios, técnicos e feitos por pessoas tecnicamente muito apetrechadas", justificou hoje Albuquerque, à margem de uma cerimónia de entrega de prémios no âmbito da Festa da Flor, no Funchal.
Atualmente, os aviões podem aterrar com até 15 nós de velocidade no aeroporto da Madeira, uma imposição que data da década de 1960, altura em que não havia tanta tecnologia nem os aviões tinham a "fiabilidade" de hoje.
O processo de revisão dos ventos já decorre há vários anos, com audições parlamentares, debate de público e conversões com Lisboa, mas sempre recebeu várias resistências, por causas das características especificas da infraestrutura, nomeadamente por parte da ANAC - autoridade do setor.
Sobre as reservas da ANAC, o presidente do Governo Regional disse que "a ANAC é resistente a tudo, mas nós temos de olhar para a evolução e perceber que o mundo mudou e a tecnologia mudou".
Miguel Albuquerque defendeu ainda que a mudança dos limites não precisa de ser muito expressiva. "Uma diferença de 5 nós significa que 80% dos aviões conseguiriam aterrar", garantiu.
Nem a Madeira nem as companhias aéreas podem, contudo, desrespeitar o limite imposto sem a devida autorização, uma vez que a decisão é mandatória.
Por outro lado, o presidente do Governo Regional comentou ainda o desconforto que muitos passageiros têm vivido por estes dias no aeroporto, por causa precisamente dos ventos fortes.
Miguel Albuquerque desdramatizou o facto de haver passageiros a dormirem no aeroporto em colchões, explicando que hoje o fluxo turístico é muito superior ao que era há anos atrás.
Alberto Pita