Mais do que frases, representam uma forma de estar ao serviço ou na vida.
Partilho uma história que mostra como este, aparentemente, pequeno detalhe faz uma enorme diferença.
A história passa-se num hotel no Brasil em que passava férias. O calor era bastante e por isso, regularmente, surgia, na zona da piscina, um colaborador com um carrinho de cerveja gelada como se fosse um daqueles carros de gelados que nos habituamos a ver pelas cidades em tempo quente. O cenário é, por isso, uma piscina, com Clientes, uns a apanhar sol outros a nadar. Surge um senhor sorridente a anunciar "chope gelado". Para qualquer Cliente do hotel era obvio que aquele senhor não era de apoio à piscina. Não só pelo que estava a fazer, mas também pela sua farda visivelmente diferente da dos seus colegas que tratam de espreguiçadeiras, guarda-sóis e outros afazeres.
Enquanto este senhor passava, uma cliente "lutava" para abrir o seu guarda-sol. Era visível que a senhora estava a ter uma enorme dificuldade em lidar com o engenho. Eu estava, naturalmente, a observar a situação com alguma deficiência profissional que me assiste, não só pelo facto de trabalhar culturas de empresa há mais de duas décadas, mas também porque o hotel demostrava ter uma cultura de serviço excecional. Eis que o senhor que vendia "chope gelado" largou o seu carrinho e foi de imediato apoiar a senhora a abrir o guarda-sol. De notar que não havia nenhum "piscineiro" por perto. Simples, certo?
Convido-o a pensar comigo: aquilo era o trabalho dele? Aparentemente não! O trabalho dele era vender cerveja gelada, ele era colaborador do restaurante e não da piscina. Mas é, exatamente, aqui que reside a grande diferença entre eu "faço o meu trabalho ou eu trabalho aqui". Quando a pessoa assume a lógica de "eu trabalho aqui" assume responsabilidade pessoal em qualquer circunstância. Foi o caso.
Passou-se num hotel, mas poderia ter-se passado em qualquer outro contexto ou negócio.
A título de exemplo, o aeroporto de Singapura - Changi Airport - é considerado o melhor aeroporto do mundo.
De entre os seus mais de 2.000 funcionários a quantidade de funcionários afetos exclusivamente ao aeroporto são uma minoria. O que seria se em pleno aeroporto precisasse de uma informação básica e lhe respondessem: isso é com o staff do aeroporto?
Por outras palavras como pode o aeroporto assegurar um serviço de excelência se cada um assumir a lógica de fazer o seu trabalho ao invés de "trabalhar ali"? Este é um tema que decidiram trabalhar desde o primeiro dia: assumir responsabilidade pessoal e cujos frutos estão à vista.
"Faço o meu trabalho" ou "trabalho aqui" são duas formas absolutamente antagónicas de estar ao serviço e são determinantes naquilo que é o crescimento do indivíduo, da equipa ou da organização.
Votos de bom serviço!.