MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Economista

25/03/2023 08:00

O NRP Mondego fez-se ao mar com os dois motores do navio operacionais, mas a Marinha reitera que "o Mondego nunca deixou de estar em estado de prontidão". Prontidão? Que o diga a população do Porto Santo que historicamente já foi alvo de corsários franceses e berberes, e agora torna-se o cenário de fundo de navios russos de espionagem sem supervisionamento nacional português.

As Forças Armadas são um dos pilares institucionais da nossa sociedade e a atualidade geopolítica só sublinha a necessidade do seu bom funcionamento como organização de apoio à manutenção do Estado de Direito e da democracia parlamentar. É por isso confrangedor assistir aos sketches e memes humorísticos sobre a eficácia da Marinha.

Porque ao mesmo tempo que 13 militares colocaram em cheque a hierarquia militar, milhares de membros da Marinha operacionalizam a defesa dos nossos mares todos os dias. Uma rápida pesquisa só dos últimos dias sobre as atividades da Marinha evidencia as variadas intervenções da mesma. Foi a Marinha que fez a necessária, mas perigosa, inspeção técnica ao navio-tanque Greta K, que se incendiou ao largo do Porto, permitindo assim o reboque da embarcação para o porto de Leixões. Noutro caso desta semana, a Autoridade Marítima Nacional (AMN), a Marinha Portuguesa e a Força Aérea Portuguesa realizaram uma operação conjunta em águas internacionais a Sul de Portugal de combate ao narcotráfico. E, por fim, esta semana ainda partiram 146 fuzileiros portugueses para a Lituânia para participar numa missão de 3 meses. São exemplos como estes que deveriam servir de motivação para a opinião pública portuguesa apoiar a necessidade de investir mais nos recursos humanos e na infraestrutura das Forças Armadas. Ao invés, as sirenes de alerta só são acionadas perante a degradação da infraestrutura militar.

E no meio desta discussão toda, onde paira a Ministra da Defesa? Para além de um sintético comunicado escrito pelo seu gabinete onde prometia "acompanhar a situação" só falou parcamente à imprensa esta semana. Que resposta tem o Governo da República para uma crise institucional nas Forças Armadas?

Ao invés, prefere-se perder tempo com teorias da conspiração das mais variadas naturezas. Uns apostam que por trás do ato dos militares estejam os masterminds do PCP. Outros imaginam que tudo não passa de uma manobra de promoção de uma futura candidatura presidencial. Teorias da conspiração que só distraem do essencial. A Madeira é o ponto mais a sul do território português, um território com a ambição de extensão da plataforma continental. No passado, já as Selvagens foram o palco de lapsos momentâneos de amnésia geográfica espanhola. Para quando o reforço da infraestrutura militar e dos seus ativos na ZMM?


Sugestão da Semana: A adivinha que se aplica à ALRAM. O que surgiu primeiro - o ovo ou a galinha? Foi essa a pergunta que faltou fazer na Comissão de Inquérito do momento da ALRAM. Pois o que é uma opinião se não o resultado da análise de factos?

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