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Artigo de Opinião

Presidente da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Psicólogos Portugueses

17/09/2021 08:01

Mas também sabemos que a forma como se operacionaliza a intervenção psicológica, ainda que com os mesmos objetivos, pode variar, não só no seu desenho, como também nos contextos em que ocorre. Num ano em que as exigências ao nível da saúde mental são (ainda) mais evidentes, mas também num ano de eleições autárquicas, enfatizamos as potencialidades da intervenção psicológica para a otimização da sua missão de promoção do bem estar, desenvolvimento e coesão social.

Falar em intervenção psicológica e de psicólogos nas autarquias não é naturalmente abrir consultórios clínicos nas câmaras municipais nem criar serviços que se sobrepõem a outros já existentes na área da saúde ou da educação. Pelo contrário, é mobilizar todo o conhecimento da psicologia e a capacidade de intervenção dos psicólogos para melhorar e inovar a forma como as autarquias cumprem a sua missão, quer internamente como organizações, quer na proximidade com a população.

Falar em intervenção psicológica nas autarquias locais é, por exemplo, falar em programas de promoção da literacia em saúde psicológica na comunidade. É lembrar a mobilização do conhecimento na área do trabalho e das organizações para gerar locais de trabalho mais saudáveis e produtivos, através da avaliação e intervenção sobre os riscos psicossociais e do apoio à tomada de decisão organizacional. É recorrer ao conhecimento da psicologia social e comunitária para desenvolver intervenções validadas e custo-efetivas com a população, por exemplo na promoção do envelhecimento saudável e da inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade. É mobilizar o conhecimento da psicologia do ambiente na otimização do espaço urbano. É fundar a ação nos princípios científicos da psicologia, que permitem otimizar o funcionamento e verificar se medidas tomadas produzem efeitos ou não. É, em suma, termos consciência que está disponível um corpo muito sólido de conhecimento e capacidade de intervenção da psicologia que pode e deve ser utilizado pelas autarquias.

Num ano em que as autarquias e os respetivos agentes estão sob grande atenção e escrutínio, num mês em que se assinalou o Dia Nacional do Psicólogo e numa realidade em que sabemos que intervenção psicológica não significa apenas consultas clínicas, que saibamos todos aproveitar um potencial de conhecimento e recursos humanos que existe, para construirmos um desenvolvimento mais sustentável, começando logo pelas relações de proximidade com os cidadãos.

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