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Artigo de Opinião

Diretor

24/04/2024 22:28

A pergunta é retórica. Não se pretende saber do exato lugar onde está hoje. O que conta é saber se está ou não do lado da liberdade, da democracia, da autonomia. O resto, o resto vem depois. Foi assim neste meio século.

O famoso Baptista-Bastos eternizou a pergunta: onde estava no 25 de Abril? E os portugueses foram dizendo onde estavam.

Hoje, passados 50 anos – tanto tempo e parece que foi ontem! – importa saber, de novo, onde estão os portugueses. Mas agora não é relevante saber o que fazem na passagem desta data redonda, nem se estão na Madeira, no Minho ou no Algarve.

Hoje, importa saber onde estão os portugueses perante esse Portugal livre que receberam como herança.

É justo que nos perguntemos o que fizemos nós com essa fortuna que nos foi dada por uns tantos que tanto lutaram e outros que morreram por valores como a democracia, a liberdade ou a autonomia.

Durante 50 anos habituámo-nos a encarar elementos fundamentais como dados adquiridos. Como direitos inalienáveis. Como garantias sem contestação possível.

Mas será mesmo assim?

A História diz que não. As democracias, mesmo algumas aparentemente robustas, mostram que não.

Países europeus e americanos sentem já que não é bem assim. Que nem tudo está garantido. Que os regimes democráticos precisam de estar atentos e de fazer acontecer a democracia. Todos os dias. Todos, todos, todos.

Agora, que são dias de festa, ouvem-se juras de amor às conquistas de Abril e dos meses e anos seguintes. Mas a festa acaba dentro de dias ou meses e o País continua. Falta garantir que continuamos a fazer a democracia e a autonomia. Tal como ontem, terá de ser assim hoje, amanhã e em cada dia.

Hoje, que se comemora a data redonda, o Jornal abre espaço para 50 testemunhos sobre o que trouxe Abril durante 50 anos. Trouxe muito, dizem alguns convidados. Podia ter sido melhor, acrescentam outros.

E Abril é também isto. É abrir espaço e dar voz aos que nem sempre têm palco. Aos que não aparecem todos os anos, aos que concordam e aos que discordam.

A Revolução dos Cravos não é só coisa de partidos e de políticos cheios de si. É uma herança e uma conquista da cidadania que se faz ouvir nos dias festivos e nos outros.

Tenha um bom 25 de Abril.

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