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Artigo de Opinião

Ex-Presidente da Direcção da Académica da Madeira

11/03/2021 08:01

Os problemas de subfinanciamento que as Instituições de Ensino Superior (IES) enfrentam por todo o país são conhecidos e, no caso das universidades insulares, são ainda mais graves e danosos. Não restam dúvidas sobre o papel preponderante que a Universidade assume na região, sendo um motor de desenvolvimento em vários quadrantes: educação, ensino e investigação. Por isso mesmo, a UMa deverá ter um orçamento adequado, através da reivindicação que o Reitor faça nas várias esferas de decisão política, para estar dotada da capacidade financeira com propósito de prosseguir com a sua missão. Dessa forma, também possibilitará uma captação maior de estudantes internacionais, resultando num autofinanciamento crescente da própria Universidade, a partir do momento que tenha acesso aos fundos que outras IES têm para essa área. Do mesmo modo, deve continuar a aposta nos programas de mobilidade, quer no envio, quer na recepção de estudantes, de docentes e de investigadores, pois esse intercâmbio é fundamental para a Instituição e a região onde se insere.

É fundamental que o novo ciclo de reformas e de investimentos apoie a expansão da UMa, beneficiando e envolvendo toda a região com essa medida. A garantia do financiamento, no quadro do Plano de Recuperação e Resiliência, para a construção da segunda residência universitária, bem como de um edifício para o Instituto Politécnico, ambos com proposta de construção no novo Campus Universitário da Quinta de São Roque.

A área da investigação também requer um investimento maior para permitir a manutenção da qualidade que os vários centros da UMa detêm e para promover o seu crescimento e a sua expansão. Além da capacitação do corpo de investigadores, é fundamental que o Reitor trabalhe, com a tutela, no sentido de determinar o fim da precariedade a que se assiste neste sector. É igualmente essencial um investimento na renovação do quadro docente e na sua inovação pedagógica.

Da mesma forma, devem considerar-se prioritários para o Reitor e para a sua equipa, dois campos poucos desenvolvidos na UMa: o desporto e a transição digital. O primeiro, enquanto motor para a promoção da saúde e do bem-estar de toda a comunidade, tocando em aspectos tão debilitados na actualidade como a saúde mental. A transição digital, como um destino inevitável, acompanhada de um plano de capacitação que pode ser ancorada por projectos nacionais e internacionais. Deve ser, assim, interpretada como um instrumento essencial para o desenvolvimento da nossa Academia.

O Reitor também deve ser um líder para promoção de um trabalho contínuo no respeito por todas as minorias que compõem uma comunidade diversa como a nossa, sem esquecer a disponibilização de recursos e de materiais a estudantes com necessidades especiais, trabalhando para uma universidade mais inclusiva e plural.

Compreendemos que a execução desse novo ciclo não dependerá apenas do reitor e da sua equipa. Serão esses, contudo, os actores principais para negociação local, regional e nacional dos meios necessários para concretização desses aspectos que consideramos como fundamentais para o próximo mandato. As câmaras, o governo regional e o governo da República devem considerar a UMa como um elemento fundamental da vida da sua região e do seu país, dotando-a dos meios necessários para a prossecução da sua missão.

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