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Artigo de Opinião

16/01/2023 07:15

Fiquei a pensar, o quão triste seria o Natal de Inês, um euro e setenta cêntimos na sua conta, para passar o Natal. Como terá sido a sua ceia? Prendas? Com certeza nem se lembrará a última vez que recebeu.

Quantas mais Inês existem à nossa volta? Quantos madeirenses e portosantenses foram confrontados com a mesma escassez que Inês? Somos um povo de gente pobre, um povo onde muitos fazem das tripas coração para conseguir colocar um pacote de esparguete, acompanhado por uma lata de salsichas na mesa. É isto que temos ao fim de 49 anos de democracia, dos quais 47 em autonomia - o mesmo Governo PPD-PSD, bafiento, gasto, de velhos hábitos e vícios, que apenas se lembra do povo em vésperas de eleições quando oferece e distribui desde viagens ao Porto Santo a frangos congelados.

O que será necessário fazer para que as Inês desta terra abram os olhos e reflitam sobre a importância e necessidade de votar, do poder de poder escolher outros caminhos!? Já dizia o famoso Tiririca "Pior que tá não fica"! O que será necessário fazer para que a Inês não se iluda com os discursos fáceis feitos em vésperas de eleições, com as promessas falsas da distribuição (e ilusão) de uns cabazes apenas nesses momentos, com Casas do Povo e ASAs que aparecem a oferecer tudo e mais alguma coisa e a distribuir benesses aos pobres, totalmente controladas por este regime laranja podre, que faz jus em controlar e manter todos os anos eleitorais esta situação para ter o poder de controlar as pessoas e o seu voto?

Um regime gasto, de velhos hábitos e cheio de vícios que urge mudar. A nossa população precisa de deixar de ter medo de mudar e perceber que as suas vidas podem e vão melhorar se mudarem de governantes. Precisamos de lhes dar esperança, de mostrar que é possível viver melhor. É possível que os madeirenses e portosantenses tenham acesso às oportunidades e a empregos melhores e acima de tudo mais bem pagos. É preciso acabar com o princípio vigente na nossa Região de que o que é bom está reservado a uma pequena elite, normalmente associada a um cartão laranja. Precisamos de um regime que dê as mesmas oportunidades a todas e a todos. É possível mudar e vai ficar melhor do que está.

Janeiro de 2023, não sei onde estará a Inês, muito menos qual será o seu saldo bancário, mas provavelmente não estará muito melhor que o do dia 23 de dezembro passado. Tem um ano inteiro pela frente, cheio de incertezas, de fome, de uma vida dura. Há muito que Inês não sorri, a sua vida tem sido madrasta, iludida por um regime que mudou quando era bem jovem e que agora, na casa dos sessenta anos, apenas vê a tal pequena elite a viver "à grande e à francesa". Já perdeu a esperança, já nem sequer vota. A ela, apenas resta esperar pelo próximo ato eleitoral para se dirigir à Casa do Povo e, nesse mês, conseguir ter uma pequena folga no seu orçamento, com uma mesa um pouco mais farta. A ilusão de um mês que não mata a fome de um ano inteiro. À Inês, desejo-lhe uma vida consideravelmente melhor e acima de tudo, que tenha a força para conseguir mudar a Região que a viu nascer.

Feliz 2023

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