Em Santa Cruz temos feito ponto de honra em transformar toda a nossa agenda de eventos num compromisso com as forças vivas e com a nossa cultura e tradição.

Aliás, este compromisso marcou a nossa ação ao longo dos últimos anos, desde a implementação da Marca Santa Cruz, ela própria criada numa correlação estreita entre modernidade e tradição e idealizada como um espaço aberto de diálogo e cooperação com a comunidade.

Este caminho percorrido não teria, contudo, sido possível sem termos delineado uma cooperação constante com a sociedade, nomeadamente através das nossas escolas, grupos e associações culturais.

O Natal em Santa Cruz, que ainda decorre e que terá o seu términus com a Festa de Santo Amaro, que se inicia esta quinta-feira, é um exemplo acabado do nosso compromisso com a tradição, a história, a cultura e os seus diferentes agentes.

Como responsável pela área cultural e educativa do concelho, aproveito esta oportunidade para agradecer a todos quantos mantêm vivas as nossas tradições e costumes, sendo nosso compromisso continuar a dar visibilidade e alavancar todo um trabalho que envolve muitas vontades, muitos sonhos e muito trabalho por parte de muita gente. Todo este empenho, esforço e amor ao que nos faz ímpares, é o verdadeiro construir-se em sociedade, a verdadeira identidade que une uma comunidade, e o verdadeiro valor que a torna única e coesa.

Agradeço, por isso, a todas as forças vivas do concelho, incluindo as nossas escolas e renovo o compromisso de uma autarquia atenta e pronta para alavancar futuras manifestações.

A Festa de Santo Amaro, além de ser o primeiro arraial da Madeira, tem, para nós, não apenas um significado religioso bastante enraizado na fé popular, mas é também um palco privilegiado das nossas manifestações culturais. Centro deste sentir é a Feira Etnográfica que vai já na sua 36ª edição e que, pela mão do Grupo de Romarias Antigas do Rochão, traz até ao centro da nossa cidade os costumes, os sabores e o verdadeiro espírito do ‘varrer dos armários’. Uma prática, que, aliás, tem vindo a ser seguida pelas nossas escolas, que no dia 12, vão ter novamente o seu varrer dos armários para que as nossas tradições não se percam.

Este ano, a abertura das Festas de Santo Amaro terá ainda a estreia do mais recente projeto da Associação Atremar a Ilha: Entrada dos Pastores. Esta associação, que se tem dedicado a registar e preservar manifestações culturais madeirenses, pretende, com este documentário, abordar uma vivência muito enraizada na freguesia da Camacha, mas que também ocorre em outras paróquias da nossa ilha. Mostra como chegou até aos dias de hoje uma tradição que tem sido acarinhada e preservada por diversos grupos que organizam a entrada dos pastores na Missa do Galo, reunidos em grupos representativos das diversas localidades. Cada grupo cria os seus próprios versos e músicas, que tentam manter em segredo até à grande noite de Natal.

Este projeto tem grande importância para nós, dado que é representativo do programa municipal de apoio ao Movimento Associativo e congrega artistas locais, visto que na realização deste documentário a Associação lançou o desafio a dois artistas da freguesia da Camacha: o cartaz foi concebido pela Andorinha, Cristiana Sousa, e a banda sonora foi composta pelo Francisco Jesus. Sandra Cardoso assume a produção do documentário, enquanto Rui Dantas é o responsável pela realização.

Assim, aproveito também para endereçar a todos o convite para participarem na nossa Festa de Santo Amaro, que decorrerá entre os dias 11 e 15, participando connosco nesta grande festa e nesta ímpar manifestação da nossa cultura e do valor de todos os que a integram e fazem viver.