MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

22/06/2021 08:00

Atualmente, o Verão tem outro significado, graças ao, já mais que famoso, COVID-19. É a altura do ano em que as restrições abrandam, já só temos que estar recolhidos durante quatro horas, pelo menos na altura em que escrevo, e temos aquela falsa sensação de normalidade. Continuamos com as máscaras na cara, o álcool gel na mão e a distância mínima de higiene ativa, mas ao menos já é transmitida a ideia de que as coisas eventualmente estão a caminhar para a normalidade, pelo menos neste cantinho. Continuamos sem arraiais, os bares continuam fechados durante a maior parte da noite - deixo a sugestão para que comecem a abrir às cinco da matina, sempre dá para um ‘after’ jeitoso - mas, como já disse, tudo parece mais normal, até já temos rally de volta, se bem que este nunca foi embora. É, de facto, curioso ser, provavelmente, a única modalidade desportiva que continuou a funcionar (quase) dentro da normalidade sem restrições de espetadores.

Mas, regressamos ao verão, época em que os termómetros sobem em medida proporcional às saias e calções, as partes de cima mingam e os torcicolos aumentam. A estação do ano que mais me vejo preocupado sobre que cocktail é que vou tomar no final da semana, os daiquiris estão a deslizar bem pela garganta, e que banda sonora terei a acompanhar enquanto vou dominando a arte do daiquiri de modo a deixa o Hemingway orgulhoso... E com isso em mente deixo-vos umas sugestões para acompanhar o verão, parafraseando Queens of the Stone Age "like the way you used to do":

Moullinex - Requiem for Empathy: coisas que remetem para o verão, pista de dança, pôr-do-sol à beira-mar, e outras que envolvem música eletrónica. O português Moullinex foi lançando este disco ao longo do último ano, na realidade o álbum foi lançado no final de abril, mas ao que consta já estava pronto muito antes, daí já ter dado uma aparição no último verão. Colaborações com GPU Panic, Sara Tavares, Ekstra Bonus, Selma Uamusse e Afonso Cabral, elevam Requiem for Empathy ao patamar de melhor disco eletrónico português de sempre.

Kings of Convenience - Peace or Love: outro género que alegra a alma em plena estação quente é o folk acústico, há imagem de meninos à volta da fogueira com uma viola cantando, os noruegueses Kings of Convenience são, digamos, os reis disso. Após um interregno de doze anos regressam como se nunca tivessem saído, num disco que mostra os pontos fortes da dupla que conta com a, já habitual, colaboração de Feist.

Mdou Moctar - Afrique Victime: aqui na região volta e meia somos assolados pelos ventos quentes de leste, por vezes trazem as poeiras do Sahara. Mdou Moctar chega-nos daí, mais precisamente de Tuareg. Seguindo a linha de Bombino, um dos melhores guitarristas mundiais, e do grupo Tinariwen, Moctar tem como principal meio de expressão a sua guitarra trazendo para a ribalta rock do Sahara, naquele que é um dos discos mais políticos do ano.

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