MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz

16/11/2022 08:00

Alguns dos políticos presentes no local deram uma péssima imagem da classe política, para mais na presença de jovens legitimamente à espera que os adultos fossem capazes de debater com seriedade um tema que lhes diz mais respeito a eles do que à geração que hoje ocupa o poder. Esta geração que tem o ónus de deixar um Planeta melhor para o futuro dos jovens que hoje olham para nós com expetativa e esperança.

Lamento, por isso, que as jornadas em torno do ambiente e das alterações climáticas tenham servido apenas para a oposição voltar a insistir nas mesmas mentiras, colocando no topo das suas prioridades não um debate sério e verdadeiro, mas sim a habitual demagogia, a costumeira falta de honestidade e a já crónica falta de ética pessoal e política.

Vou falar apenas da parte que me diz respeito, tendo eu a tutela de algumas das áreas ambientais que são responsabilidade de uma autarquia.

Foi com vergonha que assisti à acusação de que a atual gestão da Câmara de Santa Cruz investe menos em ambiente do que no tempo do PSD.

Nada mais falso poderia ser afirmado, quando estamos perante uma gestão que iniciou um plano de eficiência energética, que arrancou com um investimento sério no combate às perdas de água, que lançou um projeto de recolha seletiva porta-a-porta, que começou a implementar as ilhas ecológicas, que criou um ecocentro e uma estação de transferência, que renovou a frota de recolha de resíduos e tem vindo a reforçar os trabalhadores afetos a este importante setor.

Por economia de espaço, vou cingir-me a explicar que inscrever números no Orçamento, mesmo que vinculados a uma determinada área de ação, não é o mesmo que fazer corresponder esses números a uma atitude concreta fora da Folha Excel.

Nenhuma dos investimentos que anteriormente enumerei existia no tempo desses senhores que hoje nos acusam de desinvestimento no ambiente. Mas, pior do que isso, é que na altura dos que hoje apontam o dedo como se tivessem deixado alguma herança nessas áreas, é saber que quando chegámos a este concelho, em 2013, encontrámos um setor de recolha de resíduos com apenas um carro de recolha, e o restante entregue a um renting de meio milhão de euros, numa gestão danosa da coisa pública e, ainda para mais, sem qualquer rácio de eficiência. Paralelamente, existiam ainda contratos absolutamente ruinosos com oficinas para carros que estavam literalmente parados. É fácil perceber que esta gestão de que hoje se orgulham os que nos criticam, apenas olhando para números vertidos numa Folha Excel, não ajudou o Ambiente que queremos deixar aos nossos filhos, mas pode muito bem ter ajudado o "ambiente" financeiro de uns quantos em prejuízo de muitos, ou seja em prejuízo de toda uma população.

Perante isto, penso não ser pedir muito aos que nada fizeram, ou aos que fizeram mal, para pelo menos serem honestos, para pelo menos serem verdadeiros com a atual geração de jovens que olham para nós ainda com esperança. Que se salve o ambiente, a esperança e a política. Afinal, sem estes não será grande, nem bonita a herança que vamos deixar.

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