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Artigo de Opinião

5/05/2025 03:00

O período mais estável da nossa história recente foi precisamente o Estado Novo, que entre 1932 e 1974 colocou Portugal sob um regime ditatorial, tendo como figuras principais António de Oliveira Salazar, seguido de Marcello Caetano. Com a revolução dos cravos a 25 de abril de 1974, deu-se a queda da ditadura de direita e entrámos num período conturbado, mas, onde a democracia passou a comandar, dando assim a palavra aos eleitores para escolherem quem querem a governar o país.

Apesar dos sucessivos governos, principalmente no período inicial, foi pelo punho de Mário Soares que finalmente o desenvolvimento chegou a Portugal com a entrada na velhinha CEE, transformando-o drasticamente. A instabilidade governativa não impediu de evoluirmos e colocarmo-nos no poderoso pelotão dos países europeus desenvolvidos. A estabilidade anterior, essa sim, coartava toda a nossa ação em termos internacionais, deixando Portugal pobre e rural, onde praticamente nenhum português poderia ambicionar uma viagem mais além do que um fim de semana na aldeia, uma ida a um restaurante estava reservada aos privilegiados do regime.

Portugal mudou muito com o 25 de abril, a democracia trouxe-nos a liberdade e a escolha. E, assim, tem sido desde então, ora temos governos mais à direita, ora governos mais à esquerda, uns mais longos, outros mais curtos, mas, o desenvolvimento tem prosseguido sempre o seu caminho, independentemente de concordamos mais ou menos com as políticas de cada momento.

Desde 2022, entrámos novamente num período de grande instabilidade, com uma sucessão de eleições, sejam ao nível nacional, como ao nível regional. Por cá, a população mostrou claramente que prefere a estabilidade, apesar dos últimos governos terem sido claramente medíocres e prejudiciais à maioria da população. O crescimento económico proporcionado pela avalanche de turismo e a conjuntura económica internacional pós-covid têm ofuscado as más opções que o governo tem tomado, e, muito provavelmente, com outras políticas, estaríamos melhores e mais resilientes às convulsões internacionais que nos afetam de forma severa.

Destaco o facto de, nestes tempos recentes, os casos judiciais que afetam os nossos governantes terem tido muito pouca influência no eleitorado, justificado provavelmente com o argumento da estabilidade. A população, os que votam, mas também os que não votam, preferem reeleger governantes suspeitos, apenas porque não têm paciência de (repetidamente) votar.

Dia 18 de maio teremos eleições (novamente antecipadas) para a Assembleia da República, após a queda do governo, na sequência da rejeição de uma moção de confiança apresentada pelo Governo, porque o Primeiro-Ministro recusou-se a explicar as negociatas que tem vindo a fazer através da (sua empresa) Spinunviva, que, entretanto, atabalhoadamente, passou para o nome dos filhos, a ver se a coisa passava. Só que a comunicação social, bem, não larga o assunto, e a cada semana que passa conhecemos novos episódios que refletem uma grande promiscuidade e falta de seriedade de Luís Montenegro.

Além das suspeitas que recaem sobre o atual Primeiro-Ministro, o seu governo tem mostrado claros sinais de incompetência e impreparação, além de fazer cair por terra muitas das promessas eleitorais, demagógicas, que fez com que alguns eleitores acreditassem que seria a melhor solução. Não foi, não é, e já percebemos que mesmo recauchutado dificilmente será.

É tempo dos eleitores fazerem as suas escolhas, preferirão mudar, mesmo que signifique alguma instabilidade, ou preferirão escolher o mesmo governo, sabendo que não tem competência para governar Portugal e que o seu líder tem mostrado um comportamento muito dúbio?

Os eleitores têm demonstrado que preferem uma solução que lhes dê menos maçada, mesmo que não seja o melhor para elas. Votar não custa muito, mesmo que tenham de o fazer com maior frequência, escolham bem, não sejam preguiçosos.

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