MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

6/03/2022 08:08

Começamos os 2020s com a maior pandemia dos últimos 100 anos. Já escrevi extensamente nesta coluna sobre a impressionante resposta de uma União Europeia coesa, preparada e reativa, onde nem tudo foi um mar de rosas, mas a verdade é que em dois anos conseguimos combater uma pandemia que não deu tréguas, um vírus quase perfeito, infeccioso q.b. e destruidor de sistemas de saúde. Foi com a ação concertada e empenhada da União Europeia, das suas medidas de mitigação e adaptação, que empregos e a economia foram salvos, que a saúde resistiu, que a ciência venceu e em que, em tempo recorde e sem serem queimadas as etapas de segurança, foram desenvolvidas vacinas seguras e eficazes que nos permitiram travar os avanços do SARS-Cov-2. Fizemos o que nunca antes havia sido feito e erguemos uma verdadeira União Europeia da Saúde que continuamos a reforçar diariamente.

Este projeto de paz, prosperidade, segurança, liberdade e solidariedade deu novamente provas da sua importância e quando pensávamos que a crise sanitária estava a ser ultrapassada, a guerra rebentou no nosso quintal. Infelizmente, não foi surpresa a invasão da Rússia à Ucrânia. A surpresa foi o curto espaço de tempo em que o discurso em tempos apelidado de histriónico do Ocidente tornou-se realidade. Uma guerra injusta e infundada, que vira povos irmãos uns contra os outros. E mais uma vez, como várias nas suas sete décadas de existência, a União Europeia foi chamada à ação, a ajudar a defender os nossos vizinhos da tirania de um autocrata com ambição imperialista.

Foram várias as medidas impostas pela União Europeia à Rússia, das quais destaco as sanções económicas, individuais e coletivas, severamente restritivas, nos setores financeiro, militar, energético, tecnológico e dos transportes, que visam estagnar o financiamento russo desta guerra, e as medidas militares que procuram ajudar os ucranianos a terem os meios necessários para se defenderem. O povo ucraniano merece toda a nossa solidariedade. As nossas fronteiras estão abertas e os corredores humanitários são, no momento em que vos escrevo a partir da segurança da nossa pérola do Atlântico, zonas determinantes para apoiar todos os que fogem do conflito. Precisamos de continuar a apoiar e a integrar os refugiados nas nossas comunidades, seguindo o bom exemplo que Portugal tem dado nesta e noutras circunstâncias.

São inúmeras as demonstrações de carinho e solidariedade, onde destaco a sessão plenária extraordinária do Parlamento Europeu, em Bruxelas. Recebemos o Presidente Ucraniano na maior câmara democrática europeia e ouvimos em primeira mão os horrores que os ucranianos e a Ucrânia têm atravessado nos últimos dias. E a certeza de que não irão desistir de defender a sua terra, o seu legado, as suas crianças, mulheres e homens. A formalização do pedido da Ucrânia de integração na União Europeia responsabiliza-nos ainda mais pelas respostas que dermos a quem mais precisa de nós e olha-nos como faróis de esperança. Toda a ajuda é bem-vinda e a União Europeia está com a Ucrânia. ????? ???????! foi a expressão mais ouvida, quando após o plenário nos juntamos às centenas de manifestante pela Paz na Ucrânia às portas do Parlamento Europeu.

Mas não é preciso irmos a Bruxelas para ouvirmos os relatos em primeira mão. Aqui na Região Autónoma da Madeira temos uma comunidade ucraniana e luso-ucraniana bem integrada. São nossos vizinhos, amigos, colegas e todos os dias relembram-nos que são os seus, os nossos, que estão a lutar: a defender a liberdade que tanto custou a atingir, a defender a democracia, a defender o seu país e as suas vidas.

Esperemos que a guerra seja curta, que a via diplomática para a resolução de conflitos volte a imperar e que a Rússia respeite a soberania e integridade territorial dos seus países vizinhos.

Hoje, sabemos que a União Europeia sairá desta nova crise diferente, com maior capacidade de intervir e de responder cada vez mais rápido às grandes crises com que se depara. Exemplos como a resposta à COVID-19, a reação à Guerra na Ucrânia e a resposta à emergência climática, são provas concretas recentes de que a História confirma sempre a importância da União Europeia. Deixo à reflexão dos leitores: como estaríamos hoje sem ela?

Sara Cerdas escreve

ao domingo, de 4 em 4 semanas

Sara Cerdas

Eurodeputada

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