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Artigo de Opinião

Administrador JM

13/03/2021 08:05

Uns e outros têm sido muito prudentes. Valha-nos isso, porque as hesitações e os facilitismos do final do ano ficaram-nos muito caros; um preço que ainda continuamos a pagar.

O anúncio do plano de desconfinamento, ao nível nacional, parece ter a dose certa de prudência. Inclui também as advertências em quantidade suficiente e nas direções certas para não sermos surpreendidos, uma vez mais.

Na Madeira, tudo leva a crer que seguiremos a mesma linha de prudência, para desespero de alguns setores económicos que, de facto, já não aguentam mais. São os danos colaterais, incontornáveis, de uma crise pandémica que concentra consequências negativas nalguns setores e tem sido mais generosa noutros. Compete aos políticos fazer uma gestão que equilibre aquilo que está desequilibrado.

'Jaulas' para Marrocos

Voltemos aos melindres. O JM iniciou a semana a noticiar que a empresa subsidiária 'Jerónimo Martins - Agro-Alimentar', que opera na costa da Madeira a produzir algumas espécies de peixe para abastecer a sua rede de distribuição em todo o País, decidiu deslocalizar parte dessa operação para a costa marroquina.

A empresa decidiu em função dos entraves, ou melindres locais, que impedem a multiplicação das famosas 'jaulas' já colocadas nalgumas zonas da costa sul da Madeira. Apesar da 'luz verde' para esse investimento, os planos de crescimento da produção da empresa têm esbarrado nos melindres muito característicos das nossas localidades: pode ser, mas aqui não.

Em ano de eleições autárquicas, nenhum autarca quer arriscar no desgaste que uma discussão deste género sempre provoca. Todos empurram para a 'zona económica exclusiva' do município vizinho.

Na falta de melhores argumentos, ou sentido de responsabilidade, deixam-se levar pelos 'estudos de viabilidade' de tasca. Há até quem alegue que os turistas vão deixar de visitar a Madeira porque as 'jaulas', eventualmente inestéticas e assustadoras, ocupando reduzidas áreas de mar em alguns pontos da nossa costa, vão afastar os visitantes por que o nosso Turismo tanto desespera.

Ao invés, não se importam que as empresas envolvidas nesse investimento passem a preferir retirar do desemprego alguns marroquinos, em vez de darem ocupação paga acima da média a alguns madeirenses.

Também é despiciendo que alguns dos nossos supermercados apresentem douradas, robalos e corvinas a um preço acima do que é habitual, porque as grandes superfícies sabem fazer contas aos custos que têm e que são agravados com a deslocalização das próximas 'jaulas' para a costa de Marrocos.

Com os pequenos melindres a iluminarem as nossas prioridades, é óbvio que não vamos longe.

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