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Artigo de Opinião

27/02/2025 08:00

Durante a II Guerra Mundial, as Democracias, para poupar os seus Militares e vendo a concepção comunista sobre a Vida Humana, deixaram aos Exércitos soviéticos, dando-lhes todo o material possível, sacrificar milhares de Soldados.

A estes coube não só rechaçar os nazis da Mãe-Rússia, como também o peso do avanço por toda a Europa Central até o interior da Alemanha.

Claro que, depois, isto custou ditaduras fascistas durante quatro décadas e meia, impostas a todos esses países pelos ocupantes comunistas imperialistas.

Não foi o Ocidente que libertou a Europa do comunismo.

Foi o próprio comunismo que colapsou, quer economicamente, quer pelo repúdio dos Povos que oprimia.

A Europa Ocidental, a viver burguesa sob o guarda-chuva norte-americano, beneficiou da evidência racional transmitida pelo colapso dos regimes comunistas na Europa Central e na própria União Soviética.

O Regime Político Ocidental das Liberdades, impôs-se como mais atrativo ao Ser da Pessoa Humana, comparado com o Regime Político totalitário e fascista da Europa Central e de Leste. Assim, foi-se reduzindo o entusiasmo patológico com o comunismo, numa reação democrática ainda mais reforçada pelo espectáculo primitivo dos comunistas no Portugal 1974-1976.

Até parte dos comunistas, ainda dentro do marxismo-leninismo, derivaram para “partidos de protesto” que, no interior dos respectivos países, passaram à violência armada.

Foi o suicídio final, pois a esmagadora maioria de cada uma dessas sociedades vivia cada vez melhor.

A Democracia da Europa Ocidental ainda se robusteceu, sempre no século XX e não neste, com a ousada criação e desenvolvimento da União Europeia.

Só que esta queda do comunismo em toda a Europa, bem como a generalizada melhoria das condições de vida, não foram bastantes para a Europa se tornar competitiva com o que hoje são os outros grandes blocos mundiais: Estados-Unidos, China, Japão/Pacífico, Rússia, Austrália/Nova Zelândia, Canadá e até os que despontam no sul do Hemisfério.

A Europa não se tornou competitiva, nem economicamente, nem ao âmbito técnico-científico, aqui a começar pelas suas Universidades, nem sequer - veja-se... - culturalmente.

Sempre acomodada sob o guarda-chuva norte-americano, a Europa virou costas a Valores intrínsecos à natureza da Pessoa Humana, trocando-Os por excentricidades anti-naturais, anti-Culturais e não científicas.

Deixou de conceber o Trabalho como instrumento de Dignificação da Pessoa Humana, desleixando, assim e, portanto, a Produtividade. Os seus frágeis Sistemas Parlamentaristas nem foram sequer capazes de acautelar a respectiva Segurança e Defesa. A prioridade foi posta no jogo do “quem dá mais” e na instalação da subsídio-dependência, com o objectivo de uma “caça ao voto” para manter o Sistema Político desta maneira estabelecido.

A Europa fugiu à Racionalidade.

Este enjeitar de Valores produziu a geração de “políticos” que temos neste século XXI, cujo deus é o dinheiro e na qual os “interesses” substituíram as Causas.

Razão da retomada do peso das “sociedades secretas”, principalmente a maçonaria. São cada vez mais a sede do Poder. E a Transparência Democrática - base para a Soberania do Povo - está assim cada vez mais destruída.

Eis a explicação de porquê, nos nossos Sistemas Políticos cada vez menos democráticos, crescerem os chamados “partidos de protesto”.

Como, no caso madeirense, o JPP e o “chega”.

Acrescem os seguintes factos concretos.

O óbvio falhanço universal do comunismo, do qual, na Madeira, PCP e “bloco” são os herdeiros falidos.

A degradação dos “Partidos do Sistema”, aliás “deles”, PSD, PS e CDS, ao ponto de termos um conservadorismo inerte e conformado aqui no Arquipélago (veja-se ao que sucedeu à luta por MAIS AUTONOMIA, à CRIATIVIDADE e à INOVAÇÃO).

E também o lirismo injusto, assustador, utópico dos neoliberais.

Óbvio que nos espaços vagos que passam a existir, dado o desencanto dos Cidadãos, surgem os tais JPP e “chega” que, flagrantemente, não têm quaisquer Quadros capazes de dirigir a Comunidade regional.

Para além do que dizem, em que “a bota não bate com a perdigota”, o disparate igualiza-os aos que eles afirmam combater. Não conseguem sair do facilitismo programático da subsídio-dependência que equivale a menos Liberdades dos dependentes e à eternizarão da pobreza.

Como o Leitor vê, o fenómeno não é só madeirense, nem só nacional.

É a mediocridade que o século XXI trouxe à Europa.

Ridículo é o acusar de “populismo” só estes “partidos de protesto”.

Porque “populismo” vem sendo a política de todos os partidos na Europa, principalmente na decadência das últimas três décadas: demagogia, conservadorismo, mediocridade e facilitismo caça-votos.

Como a cigarra na Fábula de La Fontaine, os Europeus ainda não perceberam, ou nem quererem perceber, no que estão metidos.

Não sabem o bastante de História para terem presente que aos fluxos de extrema-direita, seguem-se sempre refluxos de extrema-esquerda, e vice-versa, numa Dialética ameaçadora das Liberdades.

Emburguesados, consumistas e subsidiodependentes, os Europeus ainda não se deram conta do esforço ciclópico que terão de passar a desenvolver - e nunca já com os actuais Sistemas Políticos - para que as nossas Democracias possam sobreviver ante o que vem aí...

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

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