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Artigo de Opinião

Presidente do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza

25/10/2023 08:00

Terminada esta nota introdutória, o que se verifica após estes acontecimentos extremos é o surgimento de várias ideias e um debate sobre o sucedido com "receitas" para a resolução dos problemas sendo, por vezes, apontado o dedo a alguns culpados. Acho positivo todo este debate pois demostra a preocupação da sociedade sobre o assunto. Independentemente das ideias, das teorias, das opiniões, o facto é que há presumíveis culpados de atear fogo, sendo esses os presumíveis culpados. Certamente que os terrenos agrícolas abandonados e algumas zonas florestais teriam mato que serviram de combustível para a propagação desse fogo e aumento da sua intensidade, mas o fogo tem sempre uma origem e pelo menos no incêndio de maiores consequências é já conhecida.

A este fato devem juntar-se as alterações climáticas que contribuem para que as consequências dos incêndios sejam cada vez mais devastadoras, mesmo naqueles países que mais investem na floresta e na sua gestão. Vejamos, o Canadá onde as florestas autóctones, bem geridas e com investimento, arderam recentemente. Pois bem, aprendemos todos com estes acontecimentos extremos e certamente melhoramos e alteramos o que se possa fazer em prol de minimizar ou alterar parcialmente estes acontecimentos, quer na floresta e espaços florestais, quer nas áreas agrícolas abandonadas, na sensibilização da população no trabalho continuo na floresta e na agricultura. Mas, aqueles que deliberadamente ateiam fogo à floresta a meio da madrugada em locais inacessíveis ou que ateiam fogo em qualquer sítio porque sofrem de perturbações, não podem ficar inimputáveis e, nós cidadãos conscientes não podemos tolerar tais atos com consequências graves para toda a sociedade. Deve ser uma responsabilidade de todos o condenar, o denunciar e o alertar das entidades policiais para fatos desta relevância.

O Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM (IFCN) entidade com responsabilidades na área florestal e na conservação da natureza esteve desde a primeira hora envolvido no combate aos diversos incêndios, juntamente com outros Agentes de Proteção Civil. Foram vários os funcionários que com enorme espírito de missão e sacrifício pessoal não arredaram pé, e durante vários dias estiveram na linha da frente. Com os camiões que possuímos adaptados para o combate, com as várias viaturas ligeiras de combate a incêndios (VLCI) adaptadas para a primeira intervenção e com as máquinas de rastos, os Policias Florestais, os Sapadores Florestais, os Maquinistas, os Vigilantes da Natureza e alguns Assistentes Operacionais procederam ao combate, por vezes desigual, das chamas. A apoiar, supervisionar e a coordenar estiveram vários funcionários, técnicos e dirigentes do IFCN, pessoas que passam no anonimato, mas que desempenham um papel fundamental nestas condições. Não olhamos apenas para a floresta. Ajudamos como pudemos a população na salvaguarda dos seus bens. Todos estes meios estiveram numa primeira fase a combater o fogo junto de habitações. Os primeiros meios a chegarem ao foco de incêndio nos Prazeres foram os do IFCN. Foi a Polícia Florestal que com as suas viaturas de primeira intervenção se posicionaram na salvaguarda das casas nas imediações do fogo até à chegada dos bombeiros com meios mais pesados. Foram os Sapadores Florestais o garante da salvaguarda das casas no sítio dos Casais da Serra na Fajã da Ovelha.

A todos estes funcionários, expresso aqui o meu reconhecimento e obrigado como dirigente máximo do IFCN e sei que estes incêndios afetam profundamente cada um deles pois a nossa missão é a proteção da floresta.

Igual reconhecimento a todos os Bombeiros e Agentes de Proteção Civil que estiveram no terreno desde a primeira hora.

O meu obrigado e reconhecimento a todas as empresas que colaboraram de forma direta e indireta com o IFCN neste combate. Desde empresas da restauração no fornecimento de refeições a empresas da construção civil e empresas do setor florestal que disponibilizaram sem restrições os seus meios, principalmente máquinas, bastando para o efeito um simples telefonema.

Um bem hajam e obrigada.

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