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Artigo de Opinião

Deputado na ALRAM

19/02/2025 08:00

Na Madeira, residem mais de 14 mil estrangeiros, de cerca de 120 nacionalidades diferentes. Numa região cada vez mais cosmopolita, existe espaço para a multiculturalidade e existe também respeito por outras culturas, tradições e diferenças. É necessário continuar este caminho, de saber acolher quem regressa, como o fizemos com os nossos irmãos da Venezuela ou da Africa do Sul, e com todos aqueles que escolhem a nossa região como um porto de abrigo, como uma oportunidade para começar de novo.

A Madeira tem de continuar a dar condições aos que querem investir e criar riqueza, mas também deve garantir a segurança de quem vem para trabalhar e colmatar a falta de mão-de-obra existente em diferentes áreas. Hoje, a Madeira é cada vez mais atrativa, pelo clima e pelas paisagens incríveis, mas também e essencialmente pela forma como sabemos receber. É isso que verdadeiramente nos distingue.

Ao longo dos últimos anos temos observado um crescimento de várias comunidades, como a comunidade brasileira, que com o seu bom espírito, a sua simpatia e a sua dinâmica, são já a terceira comunidade mais populosa a residir na Madeira. Os madeirenses têm sabido acolher aqueles que chegam até nós em momentos de maior aperto e aflição, e deram a mão e a sua solidariedade num dos momentos mais difíceis da história recente, em que milhares de ucranianos se viram obrigados a fugir, a deixar as suas casas e famílias. Os que nos procuraram, encontraram na nossa região, na nossa população e no nosso governo regional, um refúgio e um abrigo.

Um dos maiores reptos lançados à Madeira, foi sem sombra de dúvida, o acolhimento de mais de 12 mil pessoas, pressionadas e perseguidas pela crise política e económica na Venezuela, provocada pelo socialismo do seculo XXI, que levou muitos madeirenses e seus descendentes, a procurarem melhores condições de vida na sua terra natal. Entre os anos de 2016 e 2019, experienciamos um grande regresso de madeirenses e lusodescendentes que viviam na Venezuela, um processo que ainda não terminou e que está longe de estar concluído. A comunidade luso-venezuelana representa quase 10% da população da Madeira. Para quem vaticinava o caos, que não conseguiríamos ter capacidade para acolher tantas pessoas, que não teríamos trabalho, escolas, nem serviços de saúde que dessem resposta, enganaram-se redondamente. Toda a comunidade, todas estas pessoas que regressaram, têm dado o seu contributo para a sociedade madeirense, com a qual se identificam, pertencem e defendem com muito orgulho. A integração foi feita de forma suave, mas firme, mostrando a veia empreendedora e trabalhadora de milhares de concidadãos regressados da Venezuela.

A Madeira ganhou muito com o envolvimento destas pessoas, desta comunidade no dia-a-dia da nossa Região, quer pela forma como contribuem para o tecido económico e empresarial, mas também pelo desempenho nas diferentes atividades culturais e desportivas, onde já testemunhamos a forma honrosa, como têm representado a Madeira e Portugal. A prova maior sentiu-se de forma marcada na política, onde em 2019, esta comunidade, com o seu voto, fez a diferença que o permitiu ao PSD-Madeira ganhar as eleições legislativas regionais. Uma vitória que até ao dia de hoje, os socialistas locais não engoliram, tão pouco perdoaram e de tudo têm feito para criar relação e tentar uma aproximação. As comunidades emigrantes contaram em 2019 e voltam a contar em 2025. Estas vozes não podem ser caladas e tão pouco ignoradas. Sempre pela Madeira! Sempre pelas nossas Comunidades!

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