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Artigo de Opinião

Administrador JM

5/03/2022 08:05

É impressionante como todas as teorias e previsões acabam contrariadas, de forma tão simples como violenta. O ímpeto invasor e a arrogância da Rússia não surpreendem ninguém, mas as consequências desse conjunto de situações tão previsíveis tornaram-se quase que instantaneamente incontroláveis. Há agora cenários que ninguém previu, receios que podem tornar-se realidade para desgosto de toda a Humanidade.

Repentinamente somos obrigados a entender os interesses geoestratégicos subjacentes ao conflito Rússia-Ucrânia. Repentinamente tornámo-nos quase todos pró-Ucrânia. Para além de já sabermos pronunciar corretamente o nome do presidente da Ucrânia e a designação de algumas das suas cidades, despertámos para realidades que não sofreram nenhuma mutação recente. Como escreveu Miguel Esteves Cardoso, "só tomar conhecimento das diferenças entre a Rússia e a Ucrânia já é fazer qualquer coisa. Só tomar partido já é qualquer coisa. É mudando de atitude que nos distanciamos da indiferença. É mudando de atitude que sentimos que o que é feito à Ucrânia é feito contra nós".

Estão aí grandes mudanças. Por exemplo, ao nível da União Europeia, também ao nível da NATO, essa organização bafienta que os compêndios de História circunscreviam aos tempos da Guerra Fria. Uma e outra estão numa inédita introspeção ‘toca a unir’, até reforçar, refundando-se. Do lado da poderosa Rússia, que tudo prevê e antecipa, também já se desconfia que não tenha calculado a dimensão das consequências das sanções feitas sobretudo por via financeira, com o bloqueio dos negócios de oligarcas espalhados por todo o mundo.

Para além das mutanças na História mundial, temos sobretudo consequências económicas, que agravam setores já muito fragilizados com dois anos de pandemia, com a escalada dos combustíveis à cabeça.

Tanto para pensar e para enfrentar, nestes tempos próximos, que nem nos lembramos que continuamos sem governo em Lisboa e que, por cá, PSD e PS vão para congressos regionais que outrora eram importantes.

Terá o novo Governo da República um elenco mais reduzido e mais produtivo? Incluirá, finalmente, algum madeirense? E, nos congressos domésticos, ficaremos a saber se os social-democratas se precipitarão com a questão da próxima coligação ou qual a estratégia das cúpulas socialistas sobre os que fazem-que-saem-mas-nunca-largam-o-osso?

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