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Artigo de Opinião

Administrador JM

7/08/2021 05:00

O caso em apreço acumula uma série de aberrações, em vários patamares de decisão. É difícil imaginar algo em que fosse possível concentrar tanta incongruência. O último detalhe foi revelado esta sexta-feira no JM: quatro anos após a morte de 13 pessoas, o processo judicial ainda não tem data para julgamento. Tudo porque terá sido necessário traduzir dois documentos, um em francês, outro em alemão.

Essa tradução deve ser algo de outro mundo! Nesta Região turística, onde para além de um grande número de profissionais de diversas áreas falarem e escreverem em média dois ou três idiomas, também temos várias instituições habilitadas a traduzir documentos, qualquer que seja a complexidade do assunto. É muito pouco entendível que uma qualquer tradução atrapalhe o que quer que seja.

O problema é outro e é transversal a diversos setores da nossa sociedade: o reinado dos ‘empatas’. Gente que, estando em patamares de decisão intermédios, faz valer os seus pequenos poderes, em muitos casos apenas para se notar que intervieram. E vão protelando, enrolando, empatando… normalmente sob a complacência de superiores diretos, que se demitem de atuar, decidindo.

Daqui a dias, no regresso das chamadas ‘férias judiciais’ - a propósito, porque é que a justiça tem de parar para férias? - vão todos repetir, sejam advogados, juízes, magistrados e políticos, aquela ladainha de entraves, para a qual a maioria deles ‘não mexe uma palha’ para sequer tentar mudar. E dentro de mais um ano, vamos ter outra vez uma qualquer tradução a emperrar um processo. Vá lá que, no ‘caso do Monte’, o presidente da Comarca da Madeira já apontou uma forma de contornar a inércia legalista, dividindo o processo para que possa começar a ver a luz ao fundo do túnel.

Mas o caso das árvores no Largo da Fonte também é ‘sui generis’ longe dos corredores da justiça. Veja-se o enredo com outros ‘empatas’, do tipo peritos, especialistas, relatórios, peritagens de largos milhares de euros que caem que nem ginjas nalguns gabinetes. Tudo ao mais alto nível científico, portanto, nada que possa ser entendido por jornalistas que fazem perguntas óbvias e desconcertantes, para desempatar.

Depois, cai um galho e vai tudo para o galheiro. Já não é preciso ginjas, peritagens, especialistas nem relatórios. É cortar a eito porque, assim, obviamente não se corre riscos de atingir mais gente.

Enquanto houver ‘empatas’, e outros a deixar-se empatar, arriscamo-nos a apanhar com um galho na cabeça!

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