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Artigo de Opinião

Administrador JM

2/10/2021 08:05

Primeiro que tudo, agora que se prepara um novo ciclo autárquico e ainda há margem para consensos em prol das populações que os autarcas devem servir, seria bom que os principais envolvidos fizessem uma espécie de pacto: não é recomendável que, chegados ao início de 2024 (ano das próximas Autárquicas), as Câmaras Municipais e os seus serviços voltem a parar, entrando em ‘modo eleições’, protelando decisões e atrapalhando a vida a tanto munícipe. Há mais vida para além das vossas legítimas ambições, senhores autarcas!

Olhando agora para o ciclo político que todos tivemos de vivenciar, muito para além de apontar o dedo - o polegar a vencedores e o indicador a vencidos - há que avaliar o trabalho feito e o que ficou por fazer.

Houve estruturas partidárias que deixaram muito a desejar, mesmo dispondo de meios suficientes e para além de suspenderem outras atividades (como o trabalho parlamentar, por exemplo).

Em muitos casos, sobrou o amadorismo e faltaram dedicação e profissionalismo. Tais lacunas, nalguns casos, não se repercutiram em resultados negativos. Pelo que é conveniente que as vitórias não disfarcem essa espécie de incompetência e displicência vencedoras que andaram por aí.

São vários os partidos que sofreram com a anarquia e a melancolia de alguns secretariados. Longe vão os tempos em que se lhes reconhecia autoridade e provas dadas no terreno. O trabalho ficou quase todo para os candidatos, alguns deles entregues a si próprios e à sua capacidade de improvisar.

Há máquinas partidárias acomodadas, eventualmente com excesso de mordomias e de estatuto na sociedade, contrastando com um grau deficiente de exigência. Haverá capacidade para infletir e repor a normalidade?

No que toca a discernir méritos e falhas, com repercussão direta nos resultados eleitorais, não há como não valorizar a vitória de Pedro Calado no Funchal, em contraponto com a derrota de Miguel Silva Gouveia. Porque não foi uma vitória simples nem uma derrota por acaso.

É certo e sabido que quem detém o poder parte sempre com grande vantagem. É assim nos governos central e regionais, é assim também nas autarquias. Por isso é que raramente um determinado poder não alcança os três mandatos consecutivos. O Funchal quebrou essa regra e Miguel Silva Gouveia, mesmo não tendo sido anteriormente cabeça-de-lista, integrou as duas equipas anteriores sendo candidato desde a primeira hora.

As circunstâncias que rodearam a disputa da Câmara Municipal do Funchal valorizam, ainda mais, a vitória de Pedro Calado. O ex-vice-presidente do Governo Regional arrancou em desvantagem e terminou com uma confortável vantagem, tendência que as sondagens sérias deixaram antever com grande antecedência.

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