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Artigo de Opinião

Administrador JM

28/08/2021 08:05

Na passada quinta-feira, o antigo presidente do Governo Regional chamou a si esse tema que está latente na sociedade madeirense. Tanta gente já o referiu, mas poucos terão conseguido pôr o dedo na ferida de uma forma tão simples e pedagógica. A essa eficácia acresce a legitimidade de Alberto João Jardim, do alto das suas quase quatro décadas de governação, nas quais a subsidiodependência pairou sobre quase tudo. Com as diferenças que podem ser bem discernidas, por quem quiser ser intelectualmente honesto.

No seu artigo, Jardim recria um casal com um desempregado com direito a subsídio e uma funcionária pública invariavelmente de baixa. As outras características de um e de outro poderiam ser tantas, e identificadas por qualquer comum leitor, mas o ex-presidente optou por apimentá-las com detalhes deliciosos que, primeiro nos fazem sorrir, depois deixam-nos o trago amargo da realidade.

Em contraponto, Jardim recorre também à exposição de outra família, um casal que se orgulha de nunca ter faltado a um dia de trabalho. Que também os há. A descrição feita é facilmente associada a muitas pessoas que conhecemos do dia a dia.

No final, entre as reflexões sugeridas pelo escrito, Jardim empertiga-se com o facto dos votos de uma família e de outra contarem da mesma forma. Dificilmente poderá ser de outra forma. Talvez mais conveniente será agitar as consciências para vermos até que ponto ‘incentivamos’ e colaboramos com os ‘chulipas’ - para não lhes chamar outra coisa - numa espécie de glorificação do parasitismo social. Que, em primeira instância, prejudica os casos de verdadeira necessidade de assistência social, defraudando depois as contribuições de quem pode trabalhar e deve contribuir para uma sociedade mais justa e solidária.

Esta abordagem tem sido feita com alguma frequência, mas nem sempre com a eloquência que vimos no artigo de quinta-feira passada no JM. O atual ambiente eleitoralista que nos afeta a todos, e que tudo pode reduzir a uma disputa político-partidária, também retira alguma profundidade ao assunto, mas não deveria inibir-nos de refletir.

Nessa perspetiva, seria de exigir a todos os candidatos algum bom senso. Se é verdade que, para eles, este não é o momento mais propício para acicatar ânimos ou acenar com critérios mais rigorosos, também será verdade que todos os candidatos poderiam ser um pouco mais comedidos - se não podem atenuar os maus vícios, pelo menos poderiam não os incentivar.

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