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Artigo de Opinião

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1/07/2023 08:00

Os atores políticos competem pelo poder, pela vitória. Cada partido, cada ator político, procura implementar as estratégias mais eficazes para atrair eleitores e ganhar vantagem em relação aos concorrentes. Mas este jogo político pode tornar-se pouco sério quando o jogo se faz através de propaganda e informações falsas para manipular a opinião pública, impactando negativamente a qualidade do debate político.

Os jogos de poder em ano de eleições são uma manifestação intrínseca do sistema democrático. A competição, as estratégias, as alianças e a manipulação da opinião pública são caraterísticas comuns desses jogos. No entanto, é fundamental que estas dinâmicas sejam exercidas dentro de limites éticos, morais e legais, de forma a preservar a integridade do processo eleitoral e a qualidade da democracia.

A qualidade da democracia assume um papel de destaque em ano eleitoral pois reflete o grau de participação, transparência, inclusão, accountability e responsivenness dos atores políticos no processo político. A participação do cidadão no ato eleitoral é um forte indicador da qualidade da democracia e contribui para aprimorar a representatividade do sistema democrático. Quanto maior for a participação dos cidadãos, mais legitimidade terão as decisões políticas, maior será o escrutínio sobre as ações/decisões dos atores políticos. Mas, para que o cidadão queira participar, espera-se que exista seriedade. Sempre, mas mais em anos eleitorais, deve a classe política primar pela seriedade.

A seriedade torna-se um valor fundamental para garantir a legitimidade e eficácia do processo eleitoral. Tanto por parte dos candidatos, quanto dos eleitores, é essencial a promoção de um debate político saudável que promova a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada.

Seriedade implica transparência por parte dos candidatos, que devem apresentar propostas claras e consistentes, baseadas em factos e evidências. Também envolve honestidade na divulgação de informações e respeito pelos princípios da moralidade e da ética. É assim que os candidatos ganham confiança dos eleitores e fortalecem a participação cívica e democrática da população.

Deve promover-se um debate político saudável e construtivo por contraponto à típica silly season, que só faz aumentar os números dos abstencionistas. Candidatos sérios elevam o nível do debate público e contribuem para a seleção de representantes capazes de enfrentar os desafios da sociedade. Evita-se a manipulação e o apelo superficial ao "voto útil", permitindo que os eleitores considerem os aspetos mais importantes para a sua vida e para a sua região. É, pois, fundamental que os candidatos eleitos estejam comprometidos em representar efetivamente os interesses e necessidades dos cidadãos madeirenses e não o seu interesse pessoal.

Cabe ao eleitor considerar o desempenho dos governantes em exercício, fazer o balanço das promessas cumpridas e não cumpridas, mas também avaliar o desempenho dos nossos representantes políticos na Assembleia Legislativa (a quem cabe fiscalizar a ação governativa), bem como dos intervenientes políticos que estão na oposição, para ter perceção sobre onde deverá recair o seu voto de confiança para o futuro.

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