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Artigo de Opinião

Presidente do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza

21/12/2022 08:00

Tal como todos os outros locais turísticos na ilha, este local também sofreu muito com a pandemia covid-19 e durante mais de um ano praticamente não contou com visitantes. Nessa altura, embora sem visitantes, foi necessário cuidar das inúmeras plantas existentes neste vasto Jardim com a mesma dedicação e com o mesmo profissionalismo como se o jardim fosse dia a dia visitado por centenas de visitantes. Assim, quando se iniciou a retoma do turismo o JB estava apto a ser visitado e apreciado por todos.

Mas mesmo nessa altura, em que o JB não teve visitantes exteriores, este espaço abriu-se à população madeirense, sendo inúmeros os madeirenses que aproveitaram para conhecerem e visitarem este rico património botânico, cultural e histórico.

Hoje o JB bate recordes de entradas de turistas, mas não se encerra em si próprio, existindo um vasto investimento e divulgação nas suas várias vertentes que dou a conhecer mais uma vez, e que no seu conjunto constituem o JB, pois caso contrário o local seria apenas mais uma linda quinta madeirense.

O banco de sementes do JB tem como objetivo a preservação de sementes de espécies vegetais do Arquipélago da Madeira. Tem sementes de mais de 300 táxones indígenas e exóticas, e existe o registo de mais de 6000 entradas, desde que foi criado. Tem trocado sementes ao longo da sua vida com mais de 200 instituições diferentes.

O herbário do JB, com cerca de 27000 registos, alguns com mais de 100 anos, constitui uma das maiores coleções de herbário do Arquipélago da Madeira. Esta coleção, de cariz essencialmente científico, serve de base para diversos estudos sobre a flora da Madeira, desenvolvidos a nível nacional e internacional.

O Museu de História Natural do JB inclui um grande acervo de peças da história natural da Madeira. O acervo é constituído por milhares de peças, e inclui fósseis marinhos, rochas, moluscos terrestres, insetos e animais vertebrados embalsamados. Uma parte deste acervo encontra-se em exposição em três salas do JB, sendo acessível aos visitantes.

O Jardim que é de facto a área do JB mais conhecida e com maior visibilidade, e que por vezes se confunde com o JB no seu todo. Com uma área de aproximadamente 5 hectares possui coleções de plantas únicas. São mais de 2000 plantas de 170 famílias distintas. Temos mais de 1700 plantas que dão flor, contribuindo para que este jardim seja único pela beleza, riqueza botânica, e também riqueza arquitetónica com o seu edifício principal a datar do sec. XIX.

É aqui que está em curso uma serie de obras de recuperação e de requalificação, algumas das quais estruturantes e há muito desejadas.

Estão em curso obras de instalação de um sistema de rega automática em todo o Jardim. A questão da água de rega é um fator sempre complexo e difícil de gerir em todos os jardins e mais ainda no JB, onde temos uma vasta coleção de plantas com necessidades hídricas distintas. O sistema criado teve essas necessidades em consideração e teve ainda em consideração a necessidade de armazenamento do máximo de água possível na altura do inverno. Assim o sistema está todo interligado entre si, e os vários lagos e lagoas permitem que a água seja colocada em qualquer zona do jardim à medida das suas necessidades.

A par deste investimento estão a decorrer trabalhos de recuperação da calçada madeirense, trabalho minucioso.

As acessibilidades a pessoas com mobilidade reduzida foi outro investimento importante no Jardim, perspetivando o JB para o futuro, sem descaracterizar a arquitetura e o local. As portarias são também alvo de restruturação criando um local moderno eficiente neste campo.

Mas o mais importante do JB é sem dúvida os seus Recursos Humanos. Nesse sentido o Governo Regional reconheceu a classe profissional dos jardineiros, criando uma carreira especial de Técnicos de Espaços Verdes valorizando todos os que diariamente cuidam dos inúmeros jardins do GR com destaque para o JB. Porque se tornou uma carreira aliciante houve a entrada de novos profissionais, estando esses 13 novos elementos ao serviço do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza principalmente no JB depois de um período de formação.

O JB continua assim a ser um local de referência incontornável na Madeira, mas está voltado para o futuro e para os novos desafios que se colocam e para as novas exigências que o novo mundo determina.

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