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Artigo de Opinião

Vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz

11/01/2023 08:00

Vem tudo isto a propósito da reação da oposição a uma auditoria da inspeção Regional de Finanças aos apoios sociais em Santa Cruz. Já de si, a dita inspeção tem o seu quê de caricato, na medida em que aponta baterias a apoios que, embora importantes para quem os recebe, visam valores que nada têm de escandaloso, principalmente quando comparados com o regabofe que se passou durante décadas nesta autarquia, com milhões a desaparecerem por um alçapão, sem documentos que os legalizassem e sem contratos que garantissem a transparência necessária à boa gestão da coisa pública.

No entanto, como agora se cumpre e se lança mão a programas sociais e a programas de apoio ao associativismo que perseguem a justiça e a transparência, logo se arranja uma inspeção que apenas descobre umas miudezas burocráticas, mas que, depois, serve para umas grandezas no âmbito do aproveitamento político, que no fundo era o primeiro e único objetivo de toda esta atividade inspetiva.

E é assim que a nossa oposição, cega pelo seu programa político/partidário, toca de atirar ao apoio que se dá a quem precisa, ou então aos apoios que se concedem a associações, grupos e clubes que muito fazem pelo concelho e pelas suas gentes.

Além de imoral, este aproveitamento político é gozar com quem trabalha, na medida em que são programas que mexem com imensos trabalhadores, e não apenas com o executivo, e é também gozar com quem, apesar de trabalhar, vive numa Região onde a realidade económica não prescinde que pessoas e o movimento associativo tenham necessidade de recorrer ao apoio público.

E é isto que revolta, principalmente quando se fala do PSD, que aqui deixou uma dívida e muita coisa por explicar, e que agora anda à procura de miudezas para atirar a quem efetivamente cumpre a lei.

Como é que se pode, em boa consciência, colocar em causa apoios de mil e tal euros a quem precisa, quando a empresa municipal Santa Cruz XXI fez uma casa de banho na casa de uma família carenciada, que custou 20 mil euros, e até a loiça sanitária era já usada. Mas, nessa altura, não houve inspeção, e, também se houvesse, provavelmente não encontrariam rasto legal de todo o mal que se fez.

Hoje, que cumprimos, é que se inspeciona, se procura supostas ilegalidades, e faz-se tudo para encontrar o mínimo erro possível e com ele legitimar guerras políticas, gozando com quem trabalha e envolvendo num manto de suspeição quem pede, quem precisa, quem recebe e quem faz pelo melhor para responder às solicitações.

Isto numa terra onde se multiplicam empresas públicas sem préstimo, onde se enterra dinheiro vivo a rodos e se paga ordenados milionários a gestores que nem gerir sabem. Daí que o problema não está em inspecionar, o problema está no que se resolve tornar objeto dessas inspeções e na imoralidade que é colocar em causa apoios a pessoas e associações que deles necessitam e que, através deles, têm acesso a uma maior justiça social e a forma de compensar trabalho louvável em prol da comunidade.

Apesar das várias tentativas de derrubar o trabalho sério que tem sido feito, e de isso ser criticável, gostaria de acabar este artigo com uma nota positiva, porque a vossa crítica e as vossas ações tornam-nos mais fortes e com maior vontade de trabalhar.

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