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Artigo de Opinião

Economista

5/10/2023 08:00

No que diz respeito ao PAN, convém lembrar o programa eleitoral (fonte: https://pan.com.pt/files/uploads/2022/01/PROGRAMA-PAN-2022-2.pdf):

A. O PAN defende a supressão do Regime da Zona Franca da Madeira (CINM - Centro Internacional de Negócios da Madeira), alegando falta de estudos de análise de custo benefício. Será que leram os estudos já publicados quer pelo autor do presente artigo via ISEG, quer pela ACIF via Universidade Católica Portuguesa, quer pelo Governo da República via Universidade de Coimbra? Estará o PAN à espera de um estudo que lhe convenha?

B. O PAN defende o entrave ao investimento direto estrangeiro em Portugal por via da manutenção e alargamento extensa lista de paraísos fiscais, mantida pelo Ministério da Finanças, a qual exude a ineficiência da Autoridade Tributária e Aduaneira face às suas congéneres europeias (veja-se o número reduzido de paraísos fiscais constantes na lista negra do Conselho da União Europeia, quando comparada com a nossa extensa lista);

C. O PAN defende o fim dos vistos gold, quando estes são necessários à captação de investimento na Região Autónoma da Madeira e não são um empecilho às políticas de habitação na região, especialmente tendo em conta se o Governo Regional, encabeçado pela atual coligação, voltasse às políticas prosseguidas pelo Dr. Alberto João Jardim neste sector crucial.

Posto isto, das duas, uma: que a proximidade ideológica do PAN face à coligação PSD/CDS-PP, só poderá ser no que diz respeito à posição destes sobre a criminalização do abandono de idosos em contexto hospitalar; ou que a proximidade se deve à facilidade do PAN em se deixar vender ideologicamente sempre que lhe convém. Não nos esqueçamos que o PAN, que na altura se alinhou com o colonialista PS de António Costa, colocando-se contra os interesses socioeconómicos da RAM, é o mesmo PAN que agora se vende em troca de meia-dúzia de carimbos agrícolas verdes e reuniões em hotéis de luxo, quiçá inspirado nos menus de Isaltino Morais...

Porém é importante ressalvar que a autal coligação do PSD/CDS-PP com o PAN não é nova na política europeia, pois é a mesma que sustenta o atual Governo Federal na República da Áustria: os congéneres austríacos dos partidos regionais PSD/CDS-PP e PAN, ÖVP e Grünnen respectivamente, governam há quatro anos. Resultado: o desgaste da coligação governamental dos socialistas na oposição, e a ascensão das intenções de voto no congénere austríaco do Chega, o FPÖ. Espero, sinceramente, que aqui não aconteça o mesmo, para bem da Autonomia.

Ainda no rescaldo das eleições regionais, assinala-se ainda os níveis sem precedentes de colonialismo verificado nas mesmas, começando na presença de líderes dos partidos nacionais fazendo campanha na Região (evitando o discurso pró-Autonomista) e acabando no facto desses mesmo líderes nacionais aparentemente coordenarem posições inter partidárias entre si (conforme noticiado).

Tudo feito, passando a imagem de que as estruturas regionais mais não são que meras sucursais dependentes da vontade dos Governadores da metrópole nomeados para uma junta qualquer de um detestável e nada saudoso distrito autónomo do Funchal! Enfim, uma autêntica vergonha para partidos que, como o PSD, CDS e IL se dizem Autonomistas.

"O facto é que sou contra as coligações." - O Muito Honorável Justin Trudeau, XXIII Primeiro-Ministro do Canadá, Membro do Conselho Privado do Rei para o Canadá.

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