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Artigo de Opinião

26/04/2023 08:00

Enquanto Lula da Silva discursa na Assembleia da República, por ocasião das Comemorações do 49.º aniversário do 25 de Abril, sob o triste espetáculo protagonizado pelos deputados do partido Chega e a ridícula autoridade do Presidente da Assembleia da República, Fernando Pessoa vem em meu auxílio: "É Portugal a entristecer".

A data que deveria servir para assinalar a libertação do Povo Português das amarras do obscurantismo e o derrube da ditadura caduca; a celebração que deveria consagrar a consolidação de uma democracia representativa e moderada; o momento simbólico que deveria enfatizar o percurso democrático que conduziu à adesão de Portugal à Comunidade Europeia, à democratização das nossas instituições e à liberdade económica e de opinião; resultou num triste espetáculo. Um espetáculo que é, ao fim e ao cabo, a imagem do estado sem "rei nem lei" a que o país tem vindo a ser conduzido!

O convite dirigido por Marcelo a Lula serviu apenas para gerar um irritante na diplomacia luso-brasileira, exacerbar em Portugal a polarização política de um conflito que não é nosso e menorizar o simbolismo de uma data que deveria ser importante.

Já se viu país mais triste? É esta a herança, de "brilho sem luz e sem arder", que nos resta.

Dizem-nos os saudosistas revolucionários, de um passado por cumprir, que é preciso «Cumprir Abril»! Mas a cada Abril que passa o país afunda-se e desvanece-se no "fulgor baço da terra".

Por isso, volvidos 49 anos depois de Abril, é tempo do povo português ter juízo. É tempo de avaliar a governação de Portugal nas últimas quase cinco décadas de democracia e tirar as devidas ilações. É tempo de questionar porque é que ainda não se «cumpriu Abril», aquele Abril sonhado pelos defensores da sociedade aberta e livre?

E não venham com velhos e desgastados fantasmas, que a maior ameaça à nossa democracia e aos «ideais de Abril» advém dos populismos emergentes. Os populismos e os populistas não surgiram hoje! Não se «cumpriu Abril» por culpa do estado geringonceiro a que as sucessivas governações socialistas nos conduziram ao longo destes 49 anos de democracia.

Não se cumpriu Abril porque, em 49 anos de democracia, o Partido Socialista foi governo em mais de metade destes anos, conduzindo-nos a três bancarrotas e ao empobrecimento estrutural do país.

Não se cumpriu Abril porque, desde 1995, durante 21 anos, o governo de Portugal foi comandado por sujeitos como Guterres, Sócrates e Costa, que nos conduziram ao pântano, à corrupção endémica e ao "fogo-fátuo" da geringonça.

Não se cumpriu Abril porque o socialismo nacional, em especial o da geringonça urdida pelo PS e a extrema-esquerda populista, conduziu o país a um Estado geringonceiro e a um ciclo de governação oportunista, leviana e mentirosa, que está a precipitar o país no abismo.

De aqui por um ano estaremos a celebrar o 50.º aniversário do 25 de Abril e esperamos que o «sonho de Abril» atinga, finalmente, a idade para ter juízo. Seria uma fatalidade do destino celebrar os 50 anos de Abril sob o governo mais incompetente e leviano de que há memória.

Seria uma grotesca caricatura do «sonho de Abril» celebrar o próximo aniversário sob o jugo de um socialismo que nos impôs a maior carga fiscal de sempre (36,4% do PIB); um socialismo que, pela primeira vez desde 1996, está a levar "muitas famílias - sobretudo as mais pobres, com menos rendimento disponível, e as mais vulneráveis", a cortar na alimentação para conseguir poupar e aguentar o agravamento do custo de vida; um socialismo que, realizando o desejo revolucionário de nos equiparar às antigas repúblicas soviéticas, está a atirar Portugal para a cauda da Europa; um socialismo que, para realização de ambições políticas pessoais de António Costa e Augusto Santos Silva, incendeia o discurso político normalizando, tanto à esquerda quanto à direita, partidos antidemocráticos e populistas, como são o Chega, o PCP e o Bloco.

Cumprir Abril e libertar este "Portugal a entristecer" depende mim e de si, pois já temos idade para ter juízo!

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

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