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Artigo de Opinião

Administrador JM

10/09/2022 08:00

O Governo da República deu o mote logo na segunda-feira. No horário nobre, sem deixar muito tempo para os órgãos de informação poderem escalpelizar cada anúncio e cada ‘dádiva’, o primeiro-ministro apareceu nas televisões a ‘oferecer’, a dar, a ‘perdoar’, a reduzir as contas do gás e da luz. O povo agradece e já nem se lembra que o Governo da República apenas está a usar um terço do ‘lucro’ de receitas fiscais que nem estavam previstas e muito menos contabilizadas.

O Governo Regional deu também um ar da sua graça logo no início da semana. Primeiro com o anúncio de uma ‘revolução’ no setor das pescas, e logo de seguida outro anúncio com medidas majorativas para potenciar o investimento no norte da Madeira e Porto Santo. A retoma da Cimeira Insular com os Açores não foi anunciada formalmente, apenas antecipada pelo JM, mas percebe-se pelo frenesim governativo que alguma coisa há-de sair dali.

Temos, portanto, os governos a nos governarem. E é isso que lhes exigimos.

Quanto às medidas da governação, a música é outra. Ainda é cedo para avaliar a veia caritativa do Governo de António Costa, que dá por um lado e tira pelo outro. Os 125 euros vão dar muito jeito a muitas famílias, os 50 euros por cada dependente também; o acréscimo nas pensões, mesmo com penalização à posteriori, idem. Lá diz o povo que "enquanto o pau vai e vem, folgam as costas…"

Parece claro que esta é mais uma das manobras espertas de um primeiro-ministro sagaz e determinado, que usa a conjuntura a favor da sua estratégia, lucrando com ela: ao fim e ao cabo, as receitas inesperadas dos impostos em tempo de guerra vão mesmo ficar 7 mil milhões acima do que está inscrito no OE. Mais: o valor total empenhado agora por António Costa para compensar quem tem salários até 2.700 euros brutos, não chega nem aos calcanhares do dinheiro público a canalizar para a enésima reestruturação da TAP, em vésperas de abrir os procedimentos para privatizá-la e entregá-la a alemães ou a franceses.

Por cá, as medidas com que o Governo Regional está a seduzir pescadores e armadores, ou tentar fixar investimentos nos concelhos da costa norte da Madeira e Porto Santo, vêm carregadas de boas intenções e podem vir a ser bons instrumentos para melhorar a pequena economia nesses setores tão fragilizados.

Em pleno período de regresso às aulas, o momento é também propício a mais reflexões em torno da redução do número de alunos de ano para ano. Mais do que chorar sobre o leite derramado, e uma vez que não há natalidade retroativa, impõe-se usar todos os recursos físicos, financeiros e sobretudo humanos para melhor educar as crianças que tiveram a sorte de nascer. Porque a melhoria da educação não vai lá com corporativismos de adultos.

Em nota de rodapé, merece também ser referido o acordo da APM (Associação de Promoção da Madeira) para manter e alargar a duração da ligação direta a Nova Iorque. Uma sensibilidade governativa com resultados garantidos a curto e a longo prazo.

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