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Artigo de Opinião

Deputado

19/02/2022 08:00

Foi com este espírito que o JPP propôs um debate parlamentar de forma a obter clarificações da atuação governativa dos últimos anos. Esperávamos um debate com seriedade e com espírito de colaboração democrática, de forma a podermos discutir soluções para reduzir a pobreza, para dar resposta aos flagelos sociais, à perda de rendimentos, à realidade das pensões e das reformas baixas, à recapitalização das empresas e ao pesadelo terceiro-mundista da falta de resposta da Saúde, na longa espera para cirurgias e para consultas.

Chegámos com expetativas e com muitas questões… mas partimos sem respostas! Ser fiscalizado sempre foi uma coisa chata. Para alguns, pelo menos… e isso certamente justificará a ausência do Presidente do Governo.

Uma vez mais, recebemos dos poucos Governantes que se fizeram representar um discurso oco, com um notório incómodo com o "cerco parlamentar", chegando ao cúmulo de criticar a postura do JPP em ouvir a população para a preparação do debate!!! Como governar com credibilidade sem ouvir a população? Sinceramente, não sei… mas isso não preocupa o Governo Regional.

De facto, a ausência de respostas e a postura prepotente e autoritária de quem tudo sabe, mas nada resolve, tem sido uma clara demonstração da incapacidade governativa.

Infelizmente, verificamos que não existem estratégias nem intenções de governação no sentido de garantir que, de uma vez por todas, a Madeira deixe de ser a Região Portuguesa com a segunda maior taxa de desemprego anual, e a Região com a maior taxa de risco de pobreza e um dos mais caros custos de vida.

E na Saúde? Não, as soluções para a Saúde não passarão por corrigir o que está mal, nem tão-pouco por realizar mais investimento em instalações e equipamentos para o serviço público, por rever carreiras, contratar e motivar os profissionais. Aparentemente continuaremos a ser a única Região do País que não tem tempos máximos de resposta garantidos, e pelo silêncio da tutela, seguramente manter-se-á a vergonha da entrega dos doentes ao setor privado que, com certeza, não terá qualquer dificuldade em encontrar médicos a quem não tenha médico de família, e consultas, exames e cirurgias para todos aqueles que aguardam há anos nas infindáveis listas de espera.

Nos transportes? Haverá Ferry? Haverá Plano de Contingência? Nada disso! As promessas esfumaram-se no tempo… e aparentemente são "invenções da oposição" e não eram para ser tomadas a sério (como se alguém ainda pudesse levar a sério as soluções prometidas pelos programas eleitorais do PSD/CDS).

Idênticas conclusões poderão ser tiradas na Agricultura, Pescas, Educação, Ambiente… um conjunto de áreas que acumulam promessas não cumpridas, manutenção das injustiças que têm vindo a prejudicar a população da Região, com estratégias que se tem norteado por objetivos meramente partidários e não pelos princípios da boa administração da coisa pública.

Tivemos uma oportunidade única de ajudar os madeirenses a pagarem menos quando atestassem o depósito dos seus carros, nas suas compras de supermercado, na sua fatura do gás, da água, da eletricidade e das telecomunicações. Mas preferiram os (poucos) Governantes, optar por uma postura de ofensa pessoal à oposição, com todo o género de impropérios, sem estratégia, sem orientação, sem capacidade.

Acima de tudo, ficou patente que este enlace concertado entre os dois partidos resultou numa política regional repleta de interesses partidários, que visaram a sobrevivência e a afirmação política dos seus membros e amigos.

Estávamos preparados para um debate com seriedade, abertura, elevação e maturidade democrática… menos para a hipocrisia de quem nos vai comprometendo o presente e hipotecando o futuro por marasmo ou cobardia política.

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