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Artigo de Opinião

Advogado

28/09/2021 08:01

O projecto do PSD Madeira, não prevê qualquer revolução no espectro político e social, é o mesmo projecto que sempre governou a Madeira.

As pessoas não quiseram embarcar em aventuras, com uma equipa do PS (coligação confiança), inexperiente e sem créditos firmados.

Penso que a escolha das equipas foi um dos pontos determinantes da decisão dos eleitores.

Outro ponto, foi o facto do PS, à maneira do PSD, ter deixado muitas obras, para os últimos 2 meses, antes das eleições. Muita gente ficou incomodada pelo estado em que o Funchal ficou, parecia um estaleiro, e isso não dá votos. O PS deveria ter agido mais cedo e inaugurado mais cedo.

A falta de investimento em tempo útil, foi decisiva.

Outro factor, foi o PS, ter desembarcado numa espécie de défice democrático, em que não estava susceptível a qualquer crítica, parte da democracia é aceitar as críticas, exercer o contraditório, mas defender a liberdade de expressão.

Esta postura, contrária aos ventos de mudança prometidos, transformou o partido e a coligação, numa espécie de forte que teria de ser guardado a sete chaves.

Se estamos melhor, com o PSD, claro que não, mas a esquerda, não toda, terá de reflectir sobre a postura democrática e promessas feitas ao povo.

Prometeu-se a regeneração do tecido urbano do Funchal, e o que se assiste é uma cidade com prédios decadentes, sem pessoas, fora da hora laboral.

Apostou-se muito em propaganda e pouco em obras de fundo, que transformassem o Funchal.

Na área social, poderia ter sido feito muito mais, é certo que o Governo não ajuda.

Atribuíram subsídios, é verdade, mas nem sempre a burocracia permitia o seu funcionamento.

O último ano foi de uma política de caridade, de oferta de cabazes, e passeios no terreno com direito a cobertura da imprensa.

Mesmo assim, o que falhou? Parece que o que falhou, quer por obstrução da oposição, quer por falta de projecto, foi definitivamente, a falta de projecto para o Funchal, projecto este que aparece ao fim de oito anos, sempre a ser anunciado como novidade.

Certo que houve a loja do munícipe, bem como o balcão do investidor, mas a verdade, é que não solucionaram os problemas de agilização administrativa que já existem desde a altura do PSD, se bem que constituíram avanços.

Houve muito boa vontade, mas com os mesmos vícios políticos de sempre, com jobs for the boys, à maneira do PSD Madeira, os partidos agências de emprego, nunca vão desaparecer, faz parte do sistema, e nem falo dos cargos de confiança política.

Quanto ao Pedro Calado, não o conheço, só vejo o que passa na comunicação social, e o seu currículo profissional, tem uma imagem de sucesso.

Já Miguel Gouveia, conheço, e vejo-o como uma pessoa integra, com ideias e capacidade para exercer cargos de responsabilidade, tem um valor humano muito grande, espero que continue na política.

Mas um homem só, não resolve os problemas, é preciso toda uma estrutura de competência à volta, a remar para o mesmo lado.

Quanto ao Paulo Cafôfo, não entendo porque se demitiu, acho que devia ter ficado, uma vez que não é responsável pela derrota, embora a sua saída precoce da Câmara, contra o que tinha dito, pode ser o seu calcanhar de Aquiles, no entanto as pessoas têm o direito a ter ambição e seguir os seus sonhos e desígnios, e para tal, também Cafôfo estava legitimado para seguir o caminho em que acreditava.

Quanto a Albuquerque, está em altas, pela sua gestão da crise pandémica, e com certeza, isso também influenciou os resultados, se bem que vivemos numa ilha com menos de 2,5 % da população Nacional, o que torna a gestão mais fácil, com o contraponto do Turismo que é a maior dificuldade na gestão da crise. No cômputo geral o resultado é positivo.

Os Madeirenses, elegeram e é necessário respeitar a escolha democrática.

Penso que a Madeira é conservadora e de direita, ou talvez não, uma vez que todos os partidos prometem políticas sociais, captando assim quem mais precisa de apoios.

Do meu ponto de vista, o modelo social está esgotado, trabalhamos demasiadas horas para sobreviver e na realidade vivemos pouco, os ordenados e as reformas são baixas, o Português, um cidadão de segunda na União Europeia; a volta a dar a isto deveria ser acabar com a corrupção e pagar melhores salários aos trabalhadores, bem como rever o esquema fiscal Português, que é um incentivo à fuga de impostos, para quem consegue fugir. Importante seria também defender o tecido das pequenas e médias empresas, que são as que verdadeiramente criam emprego e pagam os impostos cá em Portugal, pelo menos é essa a noção que tenho.

Em súmula as pessoas não estão fartas da política, estão fartas é de políticos.

Haveria muito mais a dizer, designadamente sobre especulação imobiliária, os novos partidos e outros com menos expressão de votantes e mereciam mais, no entanto o artigo é limitado em caracteres, e por aqui me fico.

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