MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

13/06/2023 08:00

Na semana que passou todos tivemos a oportunidade de experimentar algum sobressalto, alguma preocupação.

Previsões climatéricas muito adversas, anunciada muita chuva e vento extremo.

Estavam reunidas as condições para sobressaltar qualquer um, para reavivar os fantasmas de um acontecimento que não sairá da retina de quem o viveu (o 20 de fevereiro).

O passar das horas, de domingo, segunda e terça-feira mostrou algo que não tenho dúvidas, foi do agrado de todos nós madeirenses. Serenidade na comunicação, coordenação entre os diferentes agentes no terreno - governo, câmaras municipais, proteção civil e corporações de bombeiros - e a tomada de decisão de acordo com o evoluir das circunstâncias ao longo dessas 60 horas.

Havia um trabalho de casa feito, construído com a experiência de eventos passados e equipamentos construídos com vista a evitar a repetição de outras tragédias.

As obras nas ribeiras, a rede de monitorização com câmaras em tempo real ajudando na tomada de decisão, a informação paulatina à população, com recomendações e apelos para se evitar estar em locais errados na hora errada quando tal não fosse estritamente necessário, tudo isso funcionou de modo aparentemente simples, mas que representa muito trabalho de preparação e de articulação anterior.

Globalmente estou certo que hoje nos sentimos muito confortáveis com a resposta que as autoridades, nas suas diferentes funções, foram capazes de dar. Estou certo de que a avaliação dada ao modo como as infraestruturas responderam ao desafio - mais água do que aquela que caiu no 20 de fevereiro - é francamente positiva.

As pessoas, também mais conscientes dos cuidados a ter e da ajuda que dão quando evitam comportamentos de risco, também elas mostraram estar melhor preparadas. Isso também é um grande sinal de maturidade no comportamento, quando confrontados com inesperados fenómenos climatéricos extremos.

Não posso deixar de referir, porém, a triste circunstância de alguns terem, a coberto do anonimato, utilizado a imagem da RTP na sua página da internet, para difundirem no domingo, 4 de junho, uma falsa notícia colocando-a como sendo originária no Governo Regional.

Infelizmente, ainda há quem considere aceitável brincar com a vida das pessoas, difundindo pelas redes sociais falsidades, cujo propósito era confundir a população e criar alarme social. Felizmente que foi desmentida prontamente e não teve o efeito pretendido. Mas aconteceu. E isso é de lamentar!

2. Não podia correr pior

A ida de Mendonça Mendes à Comissão de Inquérito à TAP correu muito mal para o ministro João Galamba.

O secretário de estado adjunto do Primeiro-ministro não confirmou as declarações do ministro das infraestruturas e colocou em cheque a veracidade das afirmações deste.

Entramos numa nova etapa da trapalhada chamada TAP.

Já não bastava as tristes figuras a que temos assistido, de cada vez que um administrador da empresa, governante ou membro de gabinete são alvo de perguntas.

Agora assistimos à novela dentro da novela: um ministro que não falou verdade numa comissão de inquérito.

Mas tudo parece normal para o Governo de António Costa.

Ninguém se considera vexado. Ninguém parece ter vergonha de nada.

O Governo vai ficando desacreditado, dia após dia, mas não parece ser algo que preocupe as instituições em Portugal.

Estamos a entrar na completa normalização do descrédito, da impunidade e da falta de vergonha.

Quando um primeiro-ministro não sente vergonha de tudo isto a que assistimos durante meses, é caso para dizer que tudo bateu no fundo: a moral, a ética e a dignidade das instituições.

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