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Artigo de Opinião

Psicóloga

1/06/2021 08:01

Segundo dados recolhidos pela Ordem dos Psicólogos Portugueses cerca de metade dos portugueses sentiu impactos psicológicos moderados ou graves e mais de 70% dos que estiveram em situação de isolamento, apresentam sofrimento psicológico. Quando no dia a dia prevalecem emoções negativas é sinal de que a saúde mental precisa de atenção redobrada.

A saúde psicológica constitui o elemento mais importante para enfrentar os desafios da vida. Como ultrapassamos as adversidades e aprendemos com elas?  Quando temos de lidar com os nossos problemas e superá-los, adaptarmo-nos a mudanças e transformar as experiências negativas, precisamos de desenvolver a nossa resiliência. Esta capacidade também pode ser favorecida pelas nossas práticas e hábitos de vida. Da mesma forma que existe um modelo de roda de alimentos para orientar a alimentação, podemos transpor a roda de necessidades da saúde psicológica, em que os “alimentos” seriam as atitudes e comportamentos adotados que contribuem para a saúde mental, nomeadamente:

– Relações de intimidade saudáveis – os laços afetivos dão sentido à nossa vivência e a fase pandémica veio lembrar o quanto as relações são essenciais para a felicidade. Emocionalmente são tão importantes como o ar que respiramos para nos mantermos vivos. Os outros são sempre espelho do nosso mundo interno e apesar do confronto com pessoas que nos desiludem, as que permanecem e nos escolhem conseguem superar as dores e frustrações causadas pelas “perdas”. Encontrar apoio nos outros é um dos principais “alimentos” da resiliência.

– Hábitos de vida saudáveis – desde a alimentação, ao sono e atividade física. A prática de exercício contribui para a prevenção das perturbações da ansiedade, ataques de pânico e de humor (ex. depressão) devido à libertação de hormonas e neurotransmissores (serotonina e dopamina) responsáveis pela sensação de felicidade e bem-estar. A integração ou complemento com momentos de relaxamento e meditação potenciam o impacto positivo na saúde.

– Humor – é uma forma saudável para lidar com fases difíceis, que contribui para diversificar emoções, controlar melhor os pensamentos, proporcionar momentos de alegria, tranquilidade, aliviar tensões e fortalecer as relações.

– Autocuidado – costuma cuidar de si? Reserve tempo para si, para fazer algo que goste e que seja prazeroso e saudável. Pode, inclusivamente, estabelecer um tempo limite para a utilização de tecnologia, períodos sem telemóvel, televisão ou outros ecrãs que lhe permitam maior disponibilidade para outros entretenimentos.

– Gratidão – Quando nos sentimos agradecidos pelas coisas que nos rodeiam disfrutamos mais da vida e gozamos de um melhor estado de ânimo. Todos os dias, sozinho ou com outros, encontre 3 acontecimentos positivos e agradeça por isso. Este exercício ajuda a treinar o cérebro para estar mais feliz.

– Sentido de propósito – parte das nossas ações e comportamentos decorrem da tentativa de encontrarmos um sentido para a nossa vida, é uma procura natural e significativa da experiência humana. Significa perceber o que é mais importante para nós, o que influencia mais o nosso comportamento e orienta as nossas decisões.

– Recorrer a ajuda – reconhecer que não estamos bem e recorrer a apoio é uma atitude de coragem e nunca deverá ser entendida como fraqueza.

Aprender com as experiências e sentir esperança no futuro são “alimentos” emocionais que nos ajudam a enfrentar com mais confiança e resiliência os desafios desta “roda” da vida.

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